Os sistemas produtivos tem enfrentado forte pressão para não mais utilizar os antibióticos como melhoradores de desempenho em dietas animais. Na Europa e nos Estados Unidos já existem legislações especificas sobre o tema. No caso europeu, o uso desses aditivos foi completamente banido, sendo permitido apenas em sua forma terapêutica. No Brasil, a questão vem sendo amplamente discutida, mas sem restrições, a não ser em situações onde comprovações científicas apontem potenciais riscos à saúde humana. No entanto, muitos consumidores têm exigido produtos livres de antibióticos, levando supermercados ou redes de fast food a pressionarem seus fornecedores por produtos com esse perfil.
A questão é que o setor produtivo precisa estar atento e preparado para essa mudança, pois envolve a adoção de tecnologias substitutas como o caso dos eubióticos, grupo formado por óleos essenciais, ácidos orgânicos, probióticos e enzimas. Embora com mecanismos de ações diferentes, eles atuam com a mesma finalidade dos antibióticos em seu uso como melhorador de desempenho. No entanto, exigem transformações em práticas de manejo e medidas de biosseguridade adotadas nas granjas.
Como bem mostra em artigo publicado nessa edição, de autoria do pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Nelson Morés, a redução dos antibióticos exige mão de obra com atenção redobrada aos animais, uso adequado de vacinas, elevado nível de higiene, melhorias na nutrição e a adoção de boas práticas de produção e de biosseguridade, tanto externa quanto interna.
É preciso unir novas tecnologias que surgem com o uso racional dos antibióticos e com a adoção de práticas de manejo mais eficientes dentro da rotina das granjas. Afinal, a maioria dos sistemas de suínos do país trabalha com altas densidades de animais, mistura de leitões de outras leitegadas e de diferentes origens, situações que criam condições favoráveis à manifestação de enfermidades no plantel. O caminho futuro parece ser o da completa restrição aos antibióticos como melhoradores de desempenho dentro das produções, e o setor precisa estar preparado para lidar com essa nova realidade.
Boa leitura a todos!
Humberto Luis Marques