A safra de grãos 2015/2016 deve chegar a 210,5 milhões de toneladas, produção recorde. O volume representa 1,4% a mais do que a safra anterior, com aumento de 2,8 milhões de toneladas.
A estimativa está no quarto levantamento da safra 2015/2016 divulgado ontem (12/10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No levantamento anterior, a estimativa da safra de grãos para o período foi levemente superior: 211 milhões de toneladas.
“É uma safra recorde e mostra questões importantes como a recuperação de Goiás que, no ano passado, teve problemas sérios de seca e agora está recuperando toda a produtividade. Algumas regiões que assistiram perdas no ano passado estão se recuperando, então, o dado global fica muito positivo”, disse o secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar.
“Neste primeiro semestre seguimos com a expectativa da maior safra de grãos da história do país. Apesar dos efeitos climáticos, isso vai se ajustando com políticas públicas e tecnologia”, disse o diretor de política agrícola e informações da Conab, João Marcelo Intini.
O destaque do levantamento foi para a soja, com previsão crescimento de 6,1%, passando de 96,2 para 102,1 milhões de toneladas. A estimativa de aumento, de acordo com a Conab, foi impulsionada pelos preços no mercado mundial. Mato Grosso do Sul é atualmente o maior produtor de soja, respondendo por 28% da safra nacional.
Com relação ao milho (primeira safra), os números apresentaram redução de 7,7%, passando de 30,1 para 27,8 milhões de toneladas. O levantamento aponta que isso ocorre porque os produtores vêm optando pelo plantio de soja na mesma área do milho e, após a colheita, entram com o milho (segunda safra).
A estimativa de área plantada no Brasil totaliza 58,5 milhões de hectares, com aumento de 0,9% sobre a safra passada que foi de 57,9 milhões de hectares. O levantamento aponta que esse fator se deve unicamente ao crescimento de 3,5% da área de soja. As outras culturas apresentam decréscimo na área de plantio, com exceção da mamona, que teve aumento significativo de 56,4%.
Sobre os efeitos do fenômeno climático conhecido como El Niño, que influencia na produção agrícola, João Marcelo disse que as informações dos institutos de meteorologia indicam que ele perderá força a partir do mês de março. “Como foi um El Niño atípico, o mais forte já registrado, os efeitos dele também não são muito precisos e, por isso, estamos monitorando”.
Também ontem(12/01), o IBGE divulgou informações sobre a safra 2015/2016. Os dados, embora com resultados muito próximos ou convergentes, refletem as diferenças das metodologias adotadas pelas duas instituições. As discrepâncias também têm a ver com critérios para a amostragem e com a época em que se faz o levantamento nos locais amostrados.