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Exportação

China ainda será o principal player do Brasil, mas existem 'ameaças', diz Hélio Sirimarco

Apesar da desaceleração da economia da China, tudo indica que o País continuará a ser o principal parceiro do agronegócio brasileiro. A afirmação é do vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Helio Sirimarco. Para ele, as estatísticas recentes confirmam essa tendência.

China ainda será o principal player do Brasil, mas existem 'ameaças', diz Hélio Sirimarco

Apesar da desaceleração da economia da China, tudo indica que o País continuará a ser o principal parceiro do agronegócio brasileiro. A afirmação é do vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Helio Sirimarco. Para ele, as estatísticas recentes confirmam essa tendência.

“Esta semana, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), informou que, em fevereiro de 2016, as exportações do agronegócio brasileiro para a China quase dobraram em relação ao mesmo período do ano passado”, ressalta Sirimarco, que também cita dados divulgados pela estatal chinesa Cofco – uma das maiores tradings de grãos do mundo.

“Para a temporada 2015/16, a Cofco estima que as importações chinesas de soja aumentem 6%. De acordo com a estatal, a expectativa é de que o consumo de rações pelo setor de suínos aumente, já que os fabricantes estão utilizando o farelo de soja como principal fonte de proteína”.

Fatores contrários

No entanto, segundo Sirimarco, é preciso estar atento a possíveis ‘ameaças’ de mercado. “Os Estados Unidos colheram uma safra recorde de soja e isso poderá tirar a atenção da China em relação ao Brasil. A Argentina, por sua vez, está voltando ao mercado de grãos, e isso gera competitividade. Quer dizer, tudo pode acontecer”.

Cenário

Hipóteses à parte, a economia chinesa é o fator que mais preocupa na atualidade.

As exportações chinesas registraram, em fevereiro, sua maior baixa em sete anos, apesar da desvalorização do yuan. Foi a oitava queda mensal consecutiva. Além disso, as importações registraram, em fevereiro, a sua 16ª queda mensal consecutiva. A nova baixa das exportações ocorre após duas desvalorizações do yuan, em agosto de 2015 e em janeiro deste ano.

Recentemente, o Banco Mundial informou que a queda dos preços das commodities, diante da baixa demanda – impulsionada pelo atual quadro econômico chinês – provocou uma desaceleração no comércio global em 2015. Segundo a instituição, o crescimento foi de 1,7% em relação aos 3% de 2014.

Impactos portos

O vice-presidente da SNA ressalta ainda que a situação na China está impactando, de maneira considerável, o transporte marítimo no País. “Os navios estão parados nos portos, e isso mostra, de maneira contundente, o efeito nefasto sobre a indústria mundial de navegação, diante da notável diminuição da demanda chinesa por commodities”.

De acordo com informações divulgadas pela imprensa do País, operadores estimam que a paralisação atinge, até o momento, quase 700 navios de carga a granel, ou cerca de 7% da frota global.

Reservas

Outro aspecto a ser considerado é que as reservas internacionais da China voltaram a cair em fevereiro pelo quarto mês consecutivo. Sirimarco observa que, apesar de serem as maiores do mundo, estas reservas conseguiram atingir seu nível mais baixo desde 2011, quando totalizou US$ 3.2 trilhões.

Segundo o Barclays, a China perdeu meio trilhão de dólares somente em 2015. Além disso, a instituição financeira informou que está ocorrendo uma fuga de capitais de forma mais ampla no País, mas ainda não foi possível precisar o volume envolvido.