Nesta sexta-feira (13/05) é comemorado Dia do Zootecnista, profissão que teve sua primeira turma de graduação do País iniciada no Rio Grande do Sul, no ano de 1966, com a criação da Faculdade de Zootecnia da Pontifícia Universidade Católica (PUC/RS), primeiro curso voltado exclusivamente para a área no Brasil e o terceiro da América Latina. De lá para cá, o País passou a contar com mais de 100 cursos de graduação na área.
Muito do aprimoramento genético e da evolução das raças, que cada vez alcançam maior produtividade, se deve ao trabalho e pesquisa dos zootecnistas. O fato de o Rio Grande do Sul e o Brasil terem se tornado produtores e exportadores importantes de carne bovina, frango e suínos, entre outros produtos de origem animal, está diretamente relacionado à atuação do zootecnista, no campo e nas granjas.
Um dos idealizadores e participante do movimento, o agrônomo Mário Hamilton Vilela lembra com carinho do esforço conjunto para fazer a ideia sair do papel e se tornar realidade. “Recordo como se fosse hoje. Éramos jovens e nos encantamos pela ideia de criar um curso específico para a zootecnia, pois era um profissional necessário no mercado”, diz.
A PUC/RS foi quem comprou a ideia de ser a pioneira do setor no Brasil. O primeiro vestibular da Faculdade de Zootecnia aconteceu simultaneamente nas cidades de Uruguaiana e Vacaria e contou com 38 inscritos, das mais diferentes idades e de outras regiões do estado. Desta primeira turma, 30 estudantes concluíram o curso e se tornaram os primeiros zootecnistas graduados do país.
Sobre a zootecnia
A Zootecnia é a busca de produtividade e rentabilidade na criação de animais e no desenvolvimento de produtos de origem animal, como carne, ovos, leite e seus derivados. O zootecnista atua em toda a cadeia produtiva animal. Ele coordena a criação de rebanhos bovinos, ovinos, caprinos, suínos e aves, além de outras espécies de interesse econômico, como equinos. Faz o planejamento agropecuário, o que inclui, além de aspectos técnicos, a gestão administrativa. Ele promove o melhoramento genético, define sua nutrição e aplica técnicas de reprodução. O profissional pode, ainda, pesquisar nutrientes, acompanhar a fabricação de rações, vitaminas e produtos de saúde e de higiene para animais, controlando sua qualidade. Trabalha também na indústria alimentícia, na produção de alimentos de origem animal, como embutidos e laticínios.
Qual a diferença entre zootecnia e medicina veterinária?
Os cursos apresentam certa sobreposição de matérias, e, eventualmente, as informações de ambos vão se cruzar. No entanto, o zootecnista tem conhecimentos focados na área de nutrição e alimentação, melhoramento genético e administração, buscando maior produtividade e rentabilidade na criação de animais. Já o médico veterinário é um profissional concentrado na saúde dos animais, sendo responsável pela assistência clínica e cirúrgica e pelo controle da fabricação de produtos de origem animal.
Mercado de Trabalho
O crescimento do setor de serviços e produtos para pets reflete positivamente na geração de emprego para o zootecnista, que pode atuar na indústria de alimentos animais. A qualidade da carne e outros produtos de origem animal é igualmente fundamental para manter as exportações brasileiras. Além disso, também o consumidor brasileiro está cada vez mais exigente não apenas quanto ao sabor, ao controle sanitário e ao valor nutritivo da carne que consome, mas também com relação às condições de criação dos rebanhos. A qualidade precisa ser garantida ao longo de toda a cadeia produtiva, e esse é o principal campo de atuação do profissional. Dessa maneira, o zootecnista trabalha em fazendas, empresas agropecuárias, cooperativas rurais e de crédito, indústrias de nutrição animal, laticínios, frigoríficos, empresas de pesquisa, universidades e zoológicos. Entre as áreas em crescimento estão a nutrição animal, a zootecnia de precisão, a bioclimatologia e o bem-estar animal. A criação de suínos, gado de corte e leite, além de aves, são as que mais empregam. Os principais centros de atuação ainda são o Sudeste e Centro-Oeste. Porém, o crescimento da pecuária no Norte e Nordeste tem exigido cada vez mais o trabalho deste profissional. Na Região Sul, os principais empregadores são as empresas de suinocultura e avicultura.