Não é à toa que as árvores têm um dia próprio no calendário, comemorado na última quarta-feira (21/09). Elas fornecem recursos valiosos para o ser humano desde a época das cavernas: alimentos, energia, sombra, e matérias-primas para produção de papel, borracha, móveis, casas. Também têm papel fundamental nos ecossistemas de que fazem parte, ajudando, por exemplo, a controlar a erosão, além de serem vitais para a manutenção da fauna.
No Dia da Árvore deste ano, uma pequena ação, direcionada a pequenas “pessoinhas”, busca formar grandes defensores do verde. Com sementes de ipê amarelo doadas pela Embrapa, o engenheiro agrônomo e consultor da Embrapa Agroenergia Felipe Vinecky ensinou alunos da Escola Golfinho Dourado, em Brasília/DF, a plantar e cuidar de árvores. “A diretoria da escola me chamou para demostrar como é plantar uma árvore e eu dei a sugestão de cada criança plantar uma semente”, conta Vinecky, que é pai de uma aluna da turma, a Nina.
A apresentação foi dinâmica e demonstrativa. “Eram crianças de até cinco anos: tinha que ser algo rápido e que despertasse o interesse delas. Por isso acho que gostaram tanto, porque plantaram as sementes, ao invés de só ficar olhando eu fazer”, explicou Felipe. As sementes foram plantadas na escola e as crianças terão que regá-las todos os dias. Elas também aprenderam como se faz o plantio de mudas, para que possam transferir as plantas para suas casas, quando atingirem esse estágio.
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A Embrapa apoia pequenas ações como esta, mas também promove grandes projetos que têm nas árvores sua razão de ser. Um exemplo é o Projeto Biomas que visa proteger e recuperar áreas degradadas, apresentando aos produtores rurais modelos de uso das árvores com fins econômicos e ambientais, para assim manter a diversidade da Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.
As árvores, fonte de energia para homem desde a descoberta do fogo, também podem contribuir para a diversificação sustentável da matriz energética nacional. O País já conta com diversos produtos originários das árvores gerando energia: a lenha, o carvão vegetal, os briquetes e os péletes, além do licor negro, um resíduo da produção de celulose e papel que também gera energia.
O macroprograma de Florestas Energéticas da Embrapa investiga formas mais eficientes de gerar ou utilizar esses produtos, bem como a obtenção de novos a partir do eucalipto, por exemplo. Etanol dá em árvore? Pode dar! Os pesquisadores envolvidos nesse programa estão buscando processos eficientes para a obtenção desse biocombustível a partir de espécies florestais ou dos resíduos de processos industriais que já as utilizam como matéria-prima.
Para a pesquisadora Mônica Damaso, da Embrapa Agroenergia, o Brasil tem uma grande vantagem competitiva no uso de árvores como alternativa para uma economia menos dependente de petróleo, porque o setor florestal tem uma das melhores tecnologias do mundo para a implantação, manejo e exploração de florestas de eucalipto. “Isso amplia o potencial de participação desta biomassa no mercado de bioprodutos e de agroenergia, além das aplicações convencionais de papel e celulose, carvão vegetal e lenha”, comenta a pesquisadora.
Seja para utilizá-la como fonte de energia, alimentos ou componente de recuperação e preservação de ecossistemas, ampliar o conhecimento sobre as árvores é etapa fundamental que as equipes de pesquisa estão buscando nos laboratórios e nos campos experimentais da Embrapa. Conhecimento também foi o instrumento que Felipe Vinecky utilizou para despertar nas crianças a valorização desse recurso tão importante para o ser humano e todas as formas de vida.
