A CPFL Energia, maior grupo privado do setor elétrico brasileiro, concluiu a instalação de placas solares em 100 residências no bairro de Barão Geraldo, em Campinas (SP). A iniciativa faz parte do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) Telhados Solares, cujos objetivos são avaliar os impactos da microgeração nas redes elétricas das distribuidoras e preparar o Grupo CPFL para a expansão comercial da geração distribuída solar no Brasil.
Com investimento de R$ 14,8 milhões e previsto para ser concluído em novembro de 2017, o projeto Telhados Solares contempla a instalação de placas fotovoltaicas em 231 consumidores. A expectativa é que este número seja ainda alcançado em dezembro deste ano, dando início à etapa dos estudos técnicos da pesquisa.
Para execução do projeto de P&D, a Diretoria de Estratégia e Inovação da CPFL Energia selecionou um trecho da rede elétrica da CPFL Paulista em Barão Geraldo que atende a aproximadamente 5 mil clientes. Por conta das suas características técnicas, essa parte do sistema foi considerada ideal para a realização dos testes de inserção de um número expressivo de usinas de geração distribuição na rede.
“A intenção do projeto é estudar o impacto da inserção massiva de geração solar distribuída na qualidade do fornecimento de energia para os demais clientes que não possuem os painéis solares”, explica o diretor de Estratégia e Inovação da CPFL Energia, Rafael Lazzaretti. As placas solares terão capacidade de 850 kWp, volume suficiente para gerar 20% do consumo de energia dos 5 mil clientes do ramal.
Além de estudar os impactos da inserção massiva da microgeração na rede elétrica, o projeto Telhados Solares também permitirá que a CPFL desenvolva conhecimento técnico para atuar como prestadora do serviço de instalação e operação dos painéis solares para os seus clientes. Tanto que a colocação das placas fotovoltaicas ficou a cargo da CPFL GD, empresa do Grupo voltada para atua no mercado de geração solar distribuída.
Para alcançar a marca de 100 clientes residenciais com painéis solares, a CPFL GD instalou 1040 placas solares, além de outros equipamentos associados, como os inversores. A capacidade instalada média de cada usina é de 3,68 kWp, e a estimativa é que os projetos proporcionem economia média de 478 kWh/mês no consumo de energia e reduza, em média, a conta de luz destes consumidores em R$ 200, considerando tarifa vigente hoje da CPFL Paulista (sem impostos).
“Com este projeto, preparamos nossas distribuidoras para o futuro, capacitando-as para realizar a operação e a manutenção da rede com inserção massiva de geração distribuída, e também avançamos nos estudos de modelos de negócio na área para atuação do Grupo CPFL Energia”, avalia Lazzaretti. A companhia disponibilizou uma página na internet (www.cpfl.com.br/telhados-solares) sobre o projeto de P&D, no qual os clientes selecionados e demais interessados podem conhecer a iniciativa.
Além do fator técnico, Barão Geraldo também foi selecionado por estar próximo da sede da CPFL Energia e por abrigar duas importantes instituições de pesquisas, a Unicamp e o CPqD, parceiros do Grupo no projeto. A universidade é responsável pelas simulações computacionais, pela avaliação dos impactos técnicos e pela capacitação técnica e formação de mão-de-obra para geração solar. Já o instituto de pesquisa analisará, entre outros pontos, a proposição de modelos de negócio e mudanças no arcabouço regulatório do ponto de vista das questões técnicas.
A instalação das placas solares em 100 consumidores consolida a forte expansão do número de usinas de geração distribuída na área de atuação das oito distribuidoras da CPFL Energia. Hoje, as concessionárias do Grupo contabilizam 874 usinas solares instaladas em clientes residenciais e comerciais, somando 5,08 MWp de capacidade. Desses projetos, 669 estão espalhados pelo Estado de São Paulo e 205 na RGE (RS), em cidades como Campinas, Jundiaí, Gravataí e Caxias do Sul.
O projeto Telhados Solares consolida o interesse estratégico do Grupo no mercado de energia solar no Brasil. A companhia já desenvolve outro projeto de P&D sobre o tema, a usina solar Tanquinho, que, com 1,1 MWp, a maior em operação no Estado de São Paulo. Nesta iniciativa, cuja instalação ficou a cargo da CPFL Serviços e é operada pela CPFL Renováveis, o Grupo estuda a geração solar de grande porte, testando cinco tipos diferentes de tecnologias de painéis fotovoltaicos. A companhia também iniciou recentemente um novo projeto de P&D para avaliar a tecnologia de armazenamento de energia, tema com forte correlação com a geração solar.
A aposta do Grupo na energia solar parte do entendimento de que esse segmento terá um grande crescimento nos próximos anos no Brasil, em razão do aumento das tarifas no setor de distribuição e da busca dos consumidores por segurança energética e sustentabilidade. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que o parque gerador solar brasileiro já soma, atualmente, 46,3 MWp de capacidade, sendo 39,4 MWp oriundos de 5.437 projetos de microgeração e 23 MWp a partir de 42 usinas de grande porte.