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Tecnologia de Alimentos

A nanotecnologia na cadeia produtiva de alimentos: aves e suínos

Minimizar perdas de vitaminas e sais minerais em rações animais fortificadas, proteger uma enzima para que ela atue somente no momento ideal do processo ou da digestão, embalagem composta por partículas com capacidade de redução da carga microbiana aumentando a vida de prateleira de produtos cárneos e muito mais são algumas inovações obtidas através da nanotecnologia na área de alimentos

A nanotecnologia na cadeia produtiva de alimentos: aves e suínos

CarnesCom constante mudança no hábito de consumo dos alimentos, uma excelente solução para inovar e aprimorar toda a cadeia produtiva dos alimentos está na nanotecnologia. Através desta tecnologia é possível obter substâncias em tamanho reduzido na escala micro (1 a 1000 µm ou 1 mm), como as partículas microencapsuladas e na escala nano (10 a 1000nm ou 1 µm), como nano tubos e nano sensores para processos (KREUTER, 1996).

Nanotecnologia

A nanotecnologia tem sido utilizada amplamente nas áreas de cosméticos, fármacos e na medicina como potencial revolucionário em diagnósticos, novas drogas e novas formas de liberação, no desenvolvimento de vacinas e na engenharia de tecidos. Nos últimos anos vem se tornando cada vez mais importante na área de alimentação humana e animal, devido às exigências dos consumidores por maior conveniência, redução de custo, melhor qualidade nutricional (saudabilidade e bem-estar) e melhor interação entre alimento e embalagem. Na cadeia produtiva de aves e suínos, a nanotecnologia tem inovado nas etapas de criação e reprodução com novas alternativas para a nutrição animal e cuidados veterinários. O valor nutritivo, qualidade do produto e vida de prateleira de produtos cárneos também são aprimorados através da utilização desta tecnologia (PERES; GAONKAR, 2014; MANUJA;KUMAR;SINGH, 2012).

A microencapsulação

A microencapsulação é uma tecnologia ainda em exploração na área de alimentos, porém com enorme potencial de aplicação. Esta técnica consiste em obter partículas de tamanhos reduzidos na escala micro, compostas por um material encapsulante (cobertura, parede) e um material ativo chamado de recheio que pode ser na forma líquida, gasosa ou sólida. É uma técnica utilizada com estratégia de proteção e modulação com controle da liberação do ativo (GIBBS et al, 1999; THIES, 1994).

Substâncias sensíveis ou instáveis aos processos de fabricação dos alimentos e rações, assim como ao processo de consumo destes (sistema gastrointestinal) podem ser protegidas pela microencapsulação. Exemplos são nutrientes bioativos, vitaminas, sais minerais, micro-organismos probióticos, peptídeos, aromas, corantes, enzimas, óleos e extratos vegetais, ácidos graxos essenciais e outros. Com a determinação correta dos materiais encapsulantes e o processo de obtenção das micropartículas, o ativo pode ser liberado no local e com o controle desejado para sua melhor atuação. Um dos usos desta tecnologia em animais é superar a deficiência de cobre e vários outros minerais como também vitaminas, utilizando a forma microencapsulada.

São inúmeros os processos de produção das micropartículas e devem ser definidos de acordo com os objetivos finais das micropartículas, pois irão interferir na eficiência de proteção e na forma de liberação do material encapsulado. Eles são classificados como métodos físicos que consistem em processos de spray drying, spray cooling, em leito fluidizado, extrusão, centrifugação em múltiplos orifícios, co-cristalização e liofilização; métodos químicos através de inclusão molecular e polimerização interfacial; métodos físico-químicos por coacervação simples ou complexa e incorporação do material de recheio em lipossomas (THIES, 1994; GIBBS et al., 1999; JACKSON;LEE,1991;  RÉ, 1998; LEE;YING, 2008).