Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Economia

Enfraquecimento do real não vai ajudar muitas indústrias, mas frigoríficos podem prosperar, prevê Fitch

Muitos exportadores brasileiros não vão desfrutar do mesmo nível de competitividade global que tiveram há uma década.

Enfraquecimento do real não vai ajudar muitas indústrias, mas frigoríficos podem prosperar, prevê Fitch

Apesar da depreciação da moeda brasileira em relação ao dólar de R$ 2,36 no início de 2014 a R$ 3,20 na semana passada, muitos exportadores brasileiros não vão desfrutar do mesmo nível de competitividade global que tiveram há uma década até que a taxa de câmbio atinja R$ 3,75, previu a agência de classificação de risco Fitch. As empresas brasileiras que permaneceram focadas no mercado interno desde 2004 continuarão a ter sua capacidade de competir internacionalmente limitada pelo custo dos insumos importados e pela confiança nas proteções do governo, escreveu o diretor da Fitch, Joe Bormann, em relatório divulgado na semana passada.

A estrutura de custos das empresas brasileiras foi “devastada” pela inflação ao longo da última década, e a taxa de câmbio terá de atingir ou ultrapassar R$ 3,75 para trazer muitas empresas de volta ao nível de competitividade que aproveitaram em 2004, disse Bormann. O setor de processamento de carnes representa uma das principais indústrias que prosperaram ao longo da última década na competitividade das exportações. O Brasil tem empresas líderes mundiais em carne bovina, suína e de aves que se beneficiam de abundantes recursos naturais como água e terra, de acordo com a Fitch. A JBS SA, maior processadora de proteína animal do mundo, tem mais de 80% de sua receita gerada em dólares por meio de suas vendas de exportação e das operações na América do Norte e Austrália.

As exportações para a terceira maior processadora de carne bovina do Brasil, a Minerva Foods, foram responsáveis por 65% da receita da empresa no ano passado. Mas a Minerva e a segunda maior processadora de carne bovina brasileira, a Marfrig Global Foods, registraram prejuízos líquidos de milhões de dólares no quarto trimestre de 2014, devido em parte ao fato de que grande parcela de suas dívidas é detida em dólares, uma situação financeira que pioraria este ano com a taxa de câmbio em alta, se estas empresas não fizeram acordos com os credores para fixar um valor de taxa específico, também conhecido como hedge cambial.