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Safra paulista

Secretaria de Agricultura divulga 2º levantamento com as previsões e estimativas de safras

A colheita de grãos nesta safra está prevista em 7,25 milhões de toneladas, o que representa acréscimo de 14,5% em relação ao ano anterior.

Secretaria de Agricultura divulga 2º levantamento com as previsões e estimativas de safras

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) realizou, entre 1 e 23 de abril de 2015, o levantamento da previsão e estimativa da safra agrícola 2014/15 para as principais culturas do Estado de São Paulo. Os resultados foram obtidos aplicando o método subjetivo, que consiste da coleta e sistematização dos dados fornecidos pelos técnicos das Casas de Agricultura, em cada um dos 645 municípios do Estado de São Paulo.

“As previsões e estimativas de safras agrícolas elaboradas pelo IEA, em parceria com os técnicos da Cati, desde meados da década de 1940, se constituem em importante instrumento de tomada de decisão para todos os elementos da cadeia produtiva”, ressalta Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

A colheita de grãos nesta safra está prevista em 7,25 milhões de toneladas, o que representa acréscimo de 14,5% em relação ao ano anterior. Esse resultado, em parte é atribuído à recuperação da produtividade, prejudicada pela anomalia climática do ano anterior. “As culturas que apresentaram os maiores aumentos em percentual de volumes produzidos foram: amendoim da seca (68,3%), amendoim das águas (35,1%), soja primeira safra (34,3%), e milho primeira safra (14%)”. As maiores quedas observadas foram: soja safrinha (-73,2%), algodão (-65,6%), feijão da seca (-22,4%), triticale (-18,2%), trigo (-16,3%) e feijão das águas (-13,8%). Essas quedas são reflexos da diminuição das áreas cultivadas, uma vez que essas culturas apresentaram ganhos de produtividade, afirmam José Alberto Ângelo, Carlos Roberto Bueno, Celma Baptistella, Denise Case, Felipe Pires de Camargo, Mário Olivette e Vagner Martins, pesquisadores científicos do IEA.

As estimativas finais da cultura do amendoim das águas apontaram aumento de 35,1% na produção, com 354,4 mil toneladas colhidas, resultado da recuperação da produtividade, 22,8% superior à safra de 2014 e do incremento de 10,0% na área plantada (105,6 mil hectares), com destaque para as regionais de Tupã, Catanduva, São José do Rio Preto e Marília. A previsão de safra de tomate de mesa (envarado) indica redução de 2,7% na área cultivada frente à safra 2013/14, queda de 4,7% na produção esperada de 562 mil toneladas e produtividade (70,8 t/ha) menor em 2%. Os estados de São Paulo e de Minas Gerais, respondem por 45% da produção brasileira para consumo in natura. O mercado de tomate para indústria (rasteiro) tem o estado de Goiás com principal produtor nacional (80%) complementado pela produção paulista e mineira. Em 2015 o estado de São Paulo deverá ter redução de 17,1% na área e 13,2% na produção (226,0 mil toneladas), relativamente a 2014, porém a produtividade (84,6 t/ha) apresenta crescimento de 4,7%.

O presente levantamento apontou que aproximadamente ¾ da área plantada com milho de 1ª safra já havia sido colhida. Em relação à safra anterior houve uma retração de -5,5% nas áreas não irrigadas e de -4,2% nas áreas irrigadas, totalizando uma área total de 456,4 mil hectares. O retorno das chuvas regulares, em especial, nas regiões de maior produção; Itapetininga, São João da Boa Vista, Itapeva e Avaré ocasionaram expressivos ganhos de produtividade. O milho sem irrigação aumentou de 4.570 kg/ha para 5.565 kg/ha, equivalente a um aumento de 21,8%, com isto, houve um incremento na produção do milho total (irrigado e não irrigado) de 14.

A área plantada com soja da primeira safra 2014/15 no Estado de São Paulo é estimada em 747,4 mil hectares, crescimento de 5,9% em relação à anterior, com aproximadamente 90% dessa área já colhida em abril/15. A produção, por sua vez, deve alcançar 2,2 milhões de toneladas, acréscimo de 34,3% e ganhos de 26,8% na produtividade em comparação a obtida na temporada precedente. A liquidez da oleaginosa nos mercados doméstico e internacional aliada à recuperação da produtividade justificam o comportamento do cultivo nesta safra. Em termos de participações de área cultivada com a soja no Estado, os principais EDRs são: Itapeva (23,6%), Assis (18,8%), Orlândia (9,6%), Ourinhos (8,5%), Avaré (7,6%), Presidente Prudente (6,7%), Barretos (5,1%) e Araçatuba (4,2%).

A área plantada deverá sofrer retração de 17,4% e produção menor de 16,3%. O mesmo comportamento se dá para a cultura do triticale, os resultados mostram quedas de área (20,6%) e produção (18,2%), comparativamente à safra passada. Esse resultado não confirma a expectativa de ampliar o cultivo por parte dos produtores paulistas devido à alta do dólar e consequente encarecimento nas importações. Segundo informes dos técnicos das casas de agricultura, o alto custo de produção pode ter sido o principal motivo.

Na terceira previsão de safra de café 2014/15, no Estado de São Paulo, estimou-se quantidade colhida de 3.998.943 sacas (239,9 mil toneladas) de café beneficiado. Esse montante situa-se ligeiramente acima (1,2%) daquele registrado em fevereiro de 2015. A variação positiva poderia ser robustecida caso o principal cinturão cafeeiro do Estado, a Alta Mogiana de Franca, não houvesse exibido nova redução no volume de colheita. Todavia, no segundo maior polo de produção, região de São João da Boa Vista, a nova estimativa de colheita elevou-se para 985.275sc, representando incremento de 4,8% frente ao registrado anteriormente.

No presente levantamento as informações obtidas para a cultura da cana-de-açúcar em termos estaduais permanecem indicando diminuição na área nova (5,6%), estabilidade na área em produção (+0,4%), pequeno incremento na produção (2,5%) com um volume de 414 mil toneladas, com um rendimento de 74,5 tonelada/hectares, ligeiramente superior aos registrados nos levantamentos de novembro de 2014 e fevereiro de 2015. Em termos dos principais EDRs produtores os aspectos negativos tanto na questão hídrica como nas relativas às políticas econômicas que vêm comprometendo as perspectivas para o setor, ainda podem ser detectadas.

Os resultados para a cultura da laranja apontam para um volume total produzido para o Estado de São Paulo de 284,89 milhões de caixas de 40,8 kg (11.623 mil toneladas), ou seja, 2% inferior do obtido na safra passada (291,2 milhões de caixas de 40,8kg). Apesar de terem sido verificadas boas floradas iniciais, a baixa precipitação hídrica pela qual o Estado passou desde o final de 2013 e as elevadas temperaturas tem sido prejudiciais para a formação e desenvolvimento dos pomares, além do desabastecimento dos lençóis freáticos que, em alguns casos, a irrigação não pode ser adotada. As chuvas de verão não foram contínuas e em quantidades suficientes para que os frutos tivessem um desenvolvimento satisfatório.