Um dos itens que já subiram muito neste ano foi a carne de boi. E isso tem obrigado os gaúchos a uma adaptação na culinária tradicional.
O preço da carne de boi está de assustar. “Subiu muito. Muito, muito, muito mesmo”, reclama uma consumidora. A costela bovina, por exemplo, ficou 12% mais cara de janeiro a agosto. O açougueiro foi o primeiro a sentir. “O pessoal diminuiu o consumo em torno de 20 a 25%”, destaca Marlon Streck.
O porteiro Max da Costa pesquisou os preços e mudou os cardápios. “Carne de porco e frango, porque é o mais barato”, explica.
A carne de gado virou vilã até do mais tradicional prato do sul: o churrasco. Mas não pense que o gaúcho abandonou o hábito. A carne de porco comprada no mercado virou o ingrediente principal.
O valor da carne suína caiu, em média, 3,5% de janeiro a agosto, mas em alguns cortes, a vantagem pro consumidor é maior. “A paleta, o pernil também está baixando, mas não tanto, e a costela, mas o melhor dos cortes ainda, que sofreu uma redução de 12% esse ano já, é a paleta”, diz o economista da UFRGS Everson Vieira dos Santos.
Bom também para quem gosta de filé, lombo, pernil, cortes nobres, mais acessíveis que os de gado. Mas para o espeto, a carne recomendada não pode ser outra: costelinha de porco, que no Rio Grande do Sul caiu 6,49% em 2015. Preço para tradicionalista nenhum botar defeito.
“O churrasco mesmo do gaúcho é de gado, mas até como tira-gosto a carne de porco é boa também. Já que não tem tu, vai com tu mesmo. Dá pra lamber os beiços, como diz o gaúcho”, brinca o advogado Renato Souza.