O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, em outubro, a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), equivalente ao ano de 2014, com informações sobre os efetivos dos rebanhos, quantidade e o valor dos produtos de origem animal. Em comparativo com o ano de 2013, o estudo registrou melhora no desempenho da pecuária brasileira, em boa parte, devido ao bom momento da suinocultura do país, que registra um aumento do efetivo de suínos em 3,2%, totalizando 37,93 milhões de cabeças em 2014.
O estudo coloca o Brasil como o quarto maior produtor de suínos do mundo. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of Agriculture – USDA), neste quesito, o Brasil está atrás apenas da China, União Europeia e Estados Unidos.
Parte desses bons números corresponde à suinocultura do estado de Minas Gerais, que ocupa a 4ª colocação no rebanho nacional de suínos, sendo o município de Uberlândia (MG) o maior produtor nacional. A produção estadual responde por 13,76% da nacional, com 5,2 milhões de cabeças. O total de suínos no estado apresentou acréscimo de 2,8% em 2014, estimulado pelo aumento do efetivo em Jequeri, Pará de Minas e Monte Alegre de Minas. Representando a Zona da Mata mineira e dentro da área de atuação da Associação dos Suinocultores do Vale do Piranga (Assuvap), além de Jequeri, que ocupa a 15ª colocação nacional com 198.765 cabeças, também está o município de Urucânia, em 10º, com efetivo de 221.182.
Aliada ao crescimento do rebanho está o aumento na estatística de abates de suínos, que aponta números recorde no Brasil. Segundo a Pesquisa Trimestral de Abate de Animais feita pelo IBGE, no segundo trimestre de 2015 foram abatidos 9,7 milhões de animais. Um crescimento de 5,8% a mais do que no primeiro trimestre deste ano e 5,7% a mais do que no mesmo período do ano passado. O mesmo estudo apontou que o peso total das carcaças abatidas chegou a 860,2 mil toneladas, 8,3% a mais do que no primeiro trimestre deste ano e 7,7% superior ao mesmo período do ano passado.
O crescimento no efetivo e abate de suínos é reflexo do novo panorama do mercado nacional. Segundo a PPM elaborada pelo IBGE, os preços da carne bovina no mercado interno alcançaram níveis elevados. A seca iniciada em 2013 afetou pastagens, diminuindo a oferta de animais para reposição e abate e elevando os custos de produção. Como consequência, houve retração no abate de bovinos em 2014. Por outro lado, resultou o aumento no abate de suínos e de frangos, substitutos da carne bovina.