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Produção

Até 2025 produção de carnes será de 3,5 t segundo, Instituto Mato-Grossense

Para as carnes, a evolução é de 71%, saindo de uma produção estimada de 2,1 milhões, com maior crescimento em aves e suínos.

Até 2025 produção de carnes será de 3,5 t segundo, Instituto Mato-Grossense

O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apresentou ontem o “Agro MT Outlook 2025”. Trata-se de um estudo realizado pelo Imea em parceria com o Departamento de Estatística da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) com projeções de crescimento das produções agrícola e pecuária de Mato Grosso. Além de ser uma forma de orientar os produtores sobre o futuro da produção agropecuária, o trabalho tem o objetivo de contribuir para atrair novos investimentos e estimular a implantação de políticas públicas para o setor.

Segundo o estudo, para os grãos o Estado deve aumentar a produção de 44,6 milhões de toneladas (t) na safra 2013/14 para 84,7 milhões t na safra 24/25, o que representa um acréscimo de 90%.

O crescimento de quase 90% na agricultura representa uma mudança estrutural em algumas regiões do Estado, principalmente nos municípios de pecuária. “A entrada da agricultura em municípios de pecuária gera uma dinâmica diferente que acaba impactando na economia local e contribui na geração de renda e emprego. Com o aumento da economia pela agricultura nesses municípios, isso vai acabar externalizando para todo o Estado”, avalia o superintendente do Imea, Otávio Celidonio. 

Mas vale destacar que embora haja uma grande tendência de aumento de área agrícola em substituição às áreas de pastagens degradadas, demonstrando uma perda de espaço para a pecuária, haverá crescimento de produção de carne, especialmente bovina.

O incremento da área de soja está estimado em 5,2 milhões de hectares, passando de 8,63 milhões de hectares (ha) para 13,81 milhões ha. No caso da produção de fibras, o aumento estimado é de 57,3% até 2025 (de 2,4 milhões t para 3,8 milhões t), mantendo a sua grande participação na produção brasileira.

Para as carnes, a evolução projetada até 2025 é de 71%, saindo de uma produção estimada de 2,1 milhões t para 3,5 milhões t, com maior crescimento em aves e suínos. A produção de carne bovina deve ter crescimento de 46% no período.

Segundo o presidente do Sistema Famato Rui Prado, a perspectiva para 2025 é positiva. “O agronegócio é um motor da economia, representa mais de 50% da geração de riqueza e deve continuar sendo o ator principal. O setor é puxado pela cadeia de grãos, como a soja e o milho, e deve continuar gerando emprego e renda para toda a população”.

A  produção de milho também deve crescer. Hoje são utilizados 35% da área da soja para a produção de milho, o que deve chegar próximo a 40%. Além disso, o milho tem aumentado muito de produtividade, atingindo cerca de seis mil quilos e a tendência é crescer, diminuindo a distância da produtividade dos países temperados que produzem em torno de 10 mil t/ha.

A suinocultura tende a crescer internamente. Por conta disso, Celidonio acredita no aumento mais expressivo, porém sem muitas facilidades. “A suinocultura é uma atividade que tem ciclos marcados que mostram o aumento da produção e da renda, assim como as quedas muito rápidas. É um caminho não muito fácil, mas esperamos o crescimento”.

 Impactos mundiais 

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a população mundial deve crescer e passará de 7,3 bilhões em 2015 para 8,1 bilhões em 2025. “É um número bastante expressivo. A população está crescendo e precisa se alimentar. Nós sabemos que Mato Grosso tem grande potencial para produção de alimento”, disse o presidente do Sistema Famato Rui Prado.

 Rui Prado reiterou ainda o compromisso do setor com o meio ambiente e o crescimento sustentável. “Temos como exemplo a integração da agricultura, pecuária e floresta que já é uma prática adotada no Estado. O produtor rural reutiliza as áreas de pecuária degradas para a agricultura e isso impacta diretamente na conservação do meio ambiente e na redução da emissão de gases de efeito estufa”, destacou.