A Câmara Setorial de Oleaginosas e Biodiesel do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou o trabalho Usos de Biodiesel no Brasil e Mundo. O estudo reúne 57 trabalhos científicos, de 12 países, com experiências sobre a mistura de biodiesel ao óleo diesel em percentual superior aos 7% utilizados hoje. Em geral, os resultados mostram uma redução da emissão de monóxido de carbono, hidrocarbonetos e material particulado, o contribui para diminuir a poluição ambiental e para a saúde humana.
De acordo com Tiago Giuliani, assistente da Coordenação-Geral de Cana-de-açúcar e Agroenergia do Mapa, a maioria dos trabalhos não mostrou desgaste significativo nos componentes dos motores. No entanto, observa, há necessidade de um número maior de trocas dos filtros de combustível e lubrificantes.
Os cientistas avaliaram o consumo de combustível, emissões de gases, partida a frio, potência e desempenho, durabilidade e desgastes de componentes. Além disso, analisaram a frota nacional e compararam as especificações do biodiesel nacional com os de mais três países.
O estudo, diz Giuliani, possibilita a qualquer cidadão ter acesso às principais pesquisas na utilização de biodiesel em motores a diesel, de forma sistematizada e organizada. Também permite uma discussão técnica sobre os aspectos negativos e positivos dessa utilização.
De acordo com o Mapa, a produção e o consumo de biodiesel no Brasil para este ano está estimada em 4 bilhões de litros. Esse deve ser o mesmo volume a ser produzido e consumido em 2016. A soja é uma das principais fontes de extração de biodiesel no país.
O trabalho foi coordenado pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), com a participação da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), Agência Nacional do Petróleo (ANP), Casal Civil e demais órgãos do governo.