A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), entidade que representa as usinas do Centro-Sul do Brasil, enviou hoje uma carta oficial à Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês), questionando a proposta de redução no volume de biocombustíveis avançados consumidos anualmente naquele país em cerca de 40%.
No documento, a Unica afirma que considera “desnecessária e injustificada” a redução do mandato americano. “ A Unica acredita que a redução é um retrocesso significativo, que inverte o progresso que vem sendo feito com o aumento da utilização de biocombustíveis renováveis eficientes, com baixas emissões de gases de efeito estufa”.
Segundo a entidade brasileira, a proposta da EPA favorece o uso de combustíveis fósseis, “contrariando os objetivos da Lei do Ar Limpo e o Plano de Ação Climática, lançados em junho de 2013 pelo presidente Barack Obama.”
A proposta da EPA, anunciada em novembro de 2013, faz parte de uma série de ajustes propostos pela agência para o RFS (Renewable Fuel Standard), lei que define os volumes de produção e uso de biocombustíveis no país. O período de comentários públicos sobre a proposta termina no dia 28 deste mês e a EPA deve anunciar sua decisão final sobre os volumes a serem adotados até a metade deste ano.
Segundo dados da Unica, em 2013 foram consumidos no mercado americano cerca de 3 bilhões de galões (11,3 bilhões de litros) de combustíveis renováveis avançados, principalmente etanol de cana-de-açúcar e biodiesel. “Agora, sob pressão principalmente da indústria do petróleo, a EPA quer restringir este volume a 2,2 bilhões de galões (8,3 bilhões de litros) em 2014”, afirmou a Unica no documento oficial.
Para a Unica, a proposta trará uma redução nos investimentos em biocombustíveis avançados por parte dos produtores e também causará danos ambientais pela diminuição do uso de combustíveis limpos, levando a um aumento das emissões.