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Calor traz danos pontuais à produção de grãos

Plantios precoces de soja são os mais prejudicados, mas semeadura da safrinha de milho também pode atrasar.

Calor traz danos pontuais à produção de grãos

A safra 2013/14 de grãos entrou na reta final no país, mas ainda está suscetível às intempéries climáticas. O calor e as chuvas mal distribuídas “acenderam a luz amarela” nas principais regiões produtoras de soja e milho, embora o cenário seja menos preocupante que o enfrentado por cana-de-açúcar e café.

Em Mato Grosso, principal produtor de soja, a condição das lavouras é boa. Contudo, as precipitações previstas para a segunda quinzena de fevereiro podem atrapalhar a colheita e reduzir a qualidade do grão, segundo a Aprosoja/MT, associação que representa os produtores locais.

No Paraná, o temor é com as variedades precoces. A seca em dezembro afetou a produtividade das primeiras lavouras colhidas no norte e oeste. “A soja precoce sofreu em dezembro e só colhemos uma média de 30 sacas por hectare. A soja de ciclo médio está dentro do esperado, com produtividade média de 58 sacas por hectare”, disse o presidente da Aprosoja/PR, José Sismeiro. Mas, como a maior parte das lavouras de soja do Paraná é de ciclo longo, os prejuízos tendem a ser limitados.

No Rio Grande do Sul, os plantios de soja apresentaram pequena parada no crescimento na última semana, em virtude das temperaturas acima dos 40°C, segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS). Mas o desenvolvimento das lavouras é considerado “muito bom”.

Já no oeste da Bahia, os danos causados pela estiagem variam bastante. Em Formosa do Rio Preto, por exemplo, não chove há 20 dias e as plantas foram fortemente danificadas. “Mas, no geral, temos uma expectativa melhor que nos últimos dois anos, quando sim sofremos perdas drásticas”, diz Ivanir Maia, o diretor de relações institucionais da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba).

Maia calcula que a produtividade da soja e do milho foi comprometida em, “no máximo, 5%”. A previsão inicial era de 56 sacas por hectare. No caso do milho, a situação preocupa mais. Nas últimas semanas, as lavouras estavam em floração e a falta de chuvas pode ter afetado a polinização. Porém, a certeza só virá em uma ou duas semanas, quando começar o enchimento de grãos. A expectativa até então era de 163 sacas por hectare.

O plantio da segunda safra de milho (a “safrinha”), por sua vez, está em suspenso por conta do tempo seco. “Pode haver um pequeno atraso, mas nada que vá resultar em perdas, porque ainda temos mais um mês de janela para o plantio da cultura”, disse Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Somar.