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Epidemia que afeta suínos nos EUA favorece setor de aves

Especialistas do Rabobank estimam queda de 12,5% no abate na América do Norte em decorrência da doença.

Epidemia que afeta suínos nos EUA favorece setor de aves

O vírus da diarreia suína epidêmica (PEDv, na sigla em inglês) afetou cerca de 60% rebanho suíno para reprodução nos EUA, 28% do rebanho mexicano e começa a surgir no Canadá, de acordo com relatório do banco Rabobank que busca estimar os impactos da epidemia na América do Norte. 

Segundo o relatório, se a doença se espalhar no Canadá e México no mesmo ritmo visto nos EUA, o abate de suínos na América do Norte pode declinar cerca de 18,5 milhões de cabeças ao longo de 2014 e 2015 ou 12,5% em relação aos níveis de  2013.  A produção de suínos dos EUA de uma maneira geral deve cair  6% a 7%, o maior recuo em mais de 30 anos.

“Nos EUA, vimos a  epidemia de PEDv causando uma redução significativa na disponibilidade de suínos (para abate) em 2014, um volume de  12,5 milhões de cabeças ou 11% do abate anual”, afirma o analista do Rabobank William Sawyer, no relatório. “Dado o número cada vez mais crescente de casos reportados e o ciclo de vida médio de seis meses, o período de agosto até outubro será provavelmente o mais apertado para os processadores quando o abate pode declinar 15% a 25% ante os níveis de  2013.” Conforme o analista, se o vírus continuar em sua taxa atual,  o recuo no abate nos EUA em 2014 pode alcançar até 15 milhões de suínos.

A origem específica do PEDv nos EUA não foi identificada definitivamente, mas comparações das cepas do vírus nos EUA indicaram uma relação próxima com cepas na China, segundo comunicado do Rabobank. O que está claro é que uma vez que chega a uma região, o vírus pode se espalhar rapidamente por todo o rebanho.

Na avaliação do Rabobank, o verdadeiro beneficiado com a epidemia de diarreia suína será o setor de aves nos EUA. A previsão de declínio de quase 6% na produção de carne bovina este ano e de recuo de 6% a 7% na produção de carne suína significa uma “ oportunidade excepcional” para  a indústria de aves dos EUA, uma vez que os consumidores terão de recorrer à proteína.

A produção americana de frango teria de aumentar 8% a 9% para compensar  a queda na oferta de carnes bovina e suína, mas, de acordo com o Rabobank, um plantel de reprodução limitado e demanda elevada do México por ovos férteis deve manter restrito o crescimento da oferta. Com isso, o Rabobank prevê que os preços de frango e as margens devem subir nesta primavera  e verão no Hemisfério Norte, o que significa um “ano muito favorável” para a indústria de frango dos EUA.