Chamou a atenção um erro de projeção no último relatório de estimativa global de oferta e demanda de soja: O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) simplesmente ‘esqueceu’ de incluir a safra de inverno da Bolívia, calculando a produção do país em apenas 2,7 milhões de toneladas.
No entanto, a Associação dos Produtores de Oleaginosas da Bolívia afirma que esse número dá conta apenas da safra de verão (2,3 milhões de toneladas). Segundo eles, o país andino produzirá mais de 3,2 milhões de toneladas de soja neste ano, sendo que os bolivianos esperam colher mais 690 mil toneladas na chamada “safrinha”.
Denise McWilliams, do Serviço Agrícola Exterior do USDA, justifica que o número está sendo revisto, mas uma nova estimativa só virá no dia 11 de junho – data de divugação das novas estimativas globais de oferta e demanda. “A Bolívia começou a colheita da segunda safra de soja e as estimativas variam entre 2,1 milhões de toneladas e 3,2 milhões de toneladas. Com uma boa safra colhida, a variabilidade se origina da expectativa de uma segunda safra”, disse McWilliams ao jornalista Luis Vieira, do AgroSouth News.
Alguns especialistas apontam que a Bolívia tem maior capacidade de produção da oleaginosa do que o Paraguai. A região produtiva mais importante é do Departamento de Santa Cruz, a leste do país na fronteira com o Brasil. Nada menos que 99% da soja produzida no país andino é transgênica, e cerca de 66% é plantada por estrangeiros, entre eles brasileiros, argentinos e japoneses.
A soja plantada na Bolívia é exportada principalmente para a Colômbia (42%), Peru (20%), Equador (8%), Venezuela (8%) e também em menores volumes para Brasil e Espanha. As exportações totais somaram 300 mil toneladas no ano passado.
Bolívia e Uruguai negociam a construção de um novo porto no departamento uruguaio de Rocha, que daria acesso à Bolívia exportar grãos para mercados asiáticos.