A comercialização de grãos no Paraná evoluiu na semana passada, mas continua ligeiramente atrasada em relação ao mesmo período de 2013, conforme dados divulgados ontem pelo Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado.
As vendas da soja paranaense avançaram dois pontos percentuais na semana encerrada em 2 de junho, para 63% da safra estimada para a oleaginosa em 2013/14. Contudo, o atual patamar está aquém dos 68% do mesmo intervalo do ano passado.
Já as negociações da primeira safra de milho registraram evolução semanal de três pontos percentuais, para 60% da produção esperada no Paraná (eram 63% um ano atrás). A colheita do grão no Estado está praticamente encerrada – resta apenas 1% da área a ser colhida, de acordo com o Deral.
No caso da segunda safra de milho, a colheita já teve início no Paraná, mas a comercialização não avançou: apenas 6% da safrinha estão negociados no Estado, ante 9% há um ano. As vendas antecipadas do trigo paranaense também estão paradas e apenas 2% da safra estão comprometidas, mesmo patamar da semana anterior. Já o plantio do cereal alcança 66% da área prevista, ante 61% na semana até 26 de maio.
No Rio Grande do Sul, com as colheitas de soja e milho encerradas, as atenções se voltam ao plantio de trigo, já finalizado em 3% da área prevista, conforme a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater/RS). Os trabalhos também estão mais lentos que há um ano, quando 5% da área já havia sido semeada.
A comercialização antecipada da nova safra de trigo não ganhou ritmo no Rio Grande do Sul, inclusive porque ainda estão armazenadas 900 mil toneladas da temporada passada – o que tem preocupado o setor produtivo gaúcho. Diante desse estoque, equivalente a 30% do volume de trigo colhido pelo Rio Grande do Sul no ano passado, o presidente da Federação da Agricultura local (Farsul), Carlos Sperotto, propôs na segunda-feira ao governador Tarso Genro (PT) que o Estado reduza temporariamente a alíquota de ICMS sobre a comercialização do cereal para outros Estados. O objetivo é incentivar os negócios e enxugar os armazéns.
Os produtores pedem que o imposto passe de 8% para 2%, para igualar a alíquota com a do Paraná, outro grande produtor de trigo. Em nota, a Farsul informou que a medida valeria por até dois meses, ou enquanto os gaúchos tivessem trigo armazenado.
A Farsul também reivindica, em Brasília, a manutenção da Tarifa Externa Comum (TEC) de 10% para o trigo importado de fora do Mercosul, como forma de garantir a competitividade do produto nacional.