Ainda que não tenha surpreendido analistas dos mercados de milho, trigo e soja, o relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) sobre oferta e demanda de grãos no país e no mundo no ciclo que se encerra (2013/14) e na safra que começará a ser colhida em agosto no Hemisfério Norte (2014/15), divulgado ontem, reforçou a tendência de baixa dos preços desses produtos no segundo semestre.
As parcas novidades apresentadas se concentraram no mercado de trigo. Com influência no curtíssimo prazo – sobretudo na formação de preços nas bolsas americanas -, o órgão elevou sua previsão para os estoques finais do cereal nos EUA em 2013/14 para 16,14 milhões de toneladas, ainda 17,4% menos que em 2012/13. Nas contas referentes a 2014/15, que guiarão os preços na segunda metade de 2014, ajustou para cima tanto sua expectativa para os estoques finais dos EUA, agora estimados em 15,62 milhões de toneladas, quanto para os globais, que passaram a ser estimados em 188,61 milhões, 1,4% maiores que os de 2013/14 e patamar confortável.
Na bolsa de Chicago, os contratos com vencimento em setembro encerraram a sessão a US$ 6,0150 por bushel, em queda de 12,50 centavos.
O quadro do milho foi marcado por “mais do mesmo”. O USDA fez correções modestas em suas estimativas para os estoques finais em 2013/14 e para produção e estoques em 2014/15. Mas os números não deixam de corroborar que o mundo deverá ser inundado pelo grão na próxima temporada. Em Chicago, setembro recuou 3,75 centavos de dólar, para US$ 4,3750 por bushel.
No caso da soja, o temor imediato dos analistas – referente aos estoques finais do grão nos EUA na safra 2013/14 – aumentou um pouco, já que a projeção caiu para 3,4 milhões de toneladas, ante as 3,53 milhões previstas em maio e as 3,83 milhões de 2012/13. Mas, para 2013/14, o USDA elevou levemente suas estimativas para produção e estoques finais globais, que serão bem maiores que em 2013/14 e tendem a pressionar os preços na segunda metade do ano. Em Chicago, agosto caiu 12,50 cents, para US$ 13,8275 por bushel.