A ABIOVE, representante das indústrias brasileiras processadoras de soja, vê com preocupação o plantio e a comercialização da soja Intacta RR2 PROTM para a safra 2015, cujo plantio se inicia em setembro de 2014.
As associadas da ABIOVE vêm negociando com a Monsanto a prestação de serviços relacionados ao monitoramento do recebimento de soja Intacta há cerca de seis meses, porém, até agora, não foi possível chegar a uma conclusão.
A falta de consenso sobre o tema poderá fazer com que as empresas processadoras não possam receber a soja Intacta dos sojicultores, em razão de dúvidas sobre eventuais embaraços no seu processamento e comercialização. Com a proximidade do planejamento de plantio da safra 2015, essa situação de incerteza causa sérios desconfortos a todos os envolvidos na cadeia produtiva, gerando riscos ao comércio internacional e à balança comercial brasileira. As exportações do complexo soja deverão alcançar US$ 29,2 bilhões em 2014.
Visando o bem de toda a cadeia produtiva da soja, a ABIOVE espera que haja rápida evolução na negociação entre suas associadas e a Monsanto. Nesse sentido, reforçando o seu compromisso de transparência, a ABIOVE comunicará o mercado sobre o desfecho das possíveis negociações com a Monsanto.
Para entender o sistema de monitoramento do recebimento da soja Intacta que está sendo proposto
O objetivo do monitoramento é assegurar que o desenvolvedor da tecnologia seja remunerado e possa continuar investindo na pesquisa de melhoramento genético.
Os compradores de soja se dispõem a prestar serviços remunerados de controle dos recebimentos de grãos. Esses agentes econômicos, entre eles a indústria, registrariam no sistema os volumes declarados pelo produtor de soja Intacta e os comparariam com os créditos referentes ao pagamento de royalties pela compra da semente ou pelo uso autorizado de semente salva. Exemplo: soja que o produtor guardou da safra 2014 para uso como semente salva na safra 2015.
Os lotes informados pelo produtor como não sendo soja Intacta seriam objetos de teste. Se fosse constatada a presença da tecnologia Intacta, os compradores fariam a retenção do valor correspondente aos royalties, valor este que seria repassado à Monsanto.