O preço das carnes bovina e suína está mais alto na mesa do consumidor. Fatores como o incremento das exportações e a forte seca que atingiu as pastagens e os produtos agrícolas usados no preparo de ração impulsionaram os preços para cima.
O analista Augusto Maia, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), comenta que os produtores deram início à majoração. O efeito cascata até o consumidor pode variar, conforme estoques antigos, promoções e poder de absorção do aumento pelo varejista.
Indicadores do Cepea apontam para oscilação nos últimos 12 meses, mas com variação mais acentuada entre julho e agosto deste ano
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Dois estabelecimentos de Jaú compraram as carnes com a alta e repassaram o custo. O proprietário da Casa de Carnes França, Jair França, relata que as carnes bovina e suína subiram em torno de 10% há pouco mais de uma semana. A justificativa que recebeu do fornecedor é relacionada à falta de chuvas em 2014.
No Supermercado Furlanetti a majoração é semelhante. O gerente do estabelecimento, Luis Fernando Passaretti, relata que os cortes bovinos foram majorados entre 10% e 15% nos últimos dois meses. A carne suína aumentou de preço mais recentemente na faixa de 10%.
Na casa de carnes o reajuste atingiu todos os cortes de maneira uniforme. No supermercado, segundo o responsável pelo açougue, Marcos Rogério Pereira, a alta foi maior nas carnes de primeira.
Levantamento feito pelo Comércio aponta que o quilo do filé-mignon em Jaú pode ser encontrado entre R$ 37 e R$ 41. O contrafilé sai entre R$ 22 e R$ 29. O coxão mole é mais em conta, variando de R$ 16 a R$ 20. Quem prefere carne de porco, pode encontrar o quilo da costelinha a R$ 15. O pernil custa pouco menos de R$ 10. O frango inteiro está na faixa de R$ 4 a R$ 6.
Oferta
O comerciante Fábio Davi Fuzinato vende espetinhos assados. Diz que paga mais pelas carnes, mas pretende manter a unidade a R$ 3 ao consumidor para não perder mercado.
Na casa do funcionário público municipal João Cavalcante, 42 anos, a carne é consumida constantemente. Ele afirma que não se atenta muito ao preço porque utiliza o vale-alimentação dele e da esposa para as compras.
O policial militar Ricardo Coelho, 39 anos, notou o aumento no preço da carne. Relata que há um tempo não comprava o produto porque tinha estoque em casa. Ele diz não diminuir a quantia por causa das altas de preço, mas está sempre atento às ofertas.
A corretora de seguros Leonice Gonçalves, 42 anos, também observou que os cortes que costuma comprar estão mais caros. A preferência dela é por carnes bovina e de frango, mas em pequena quantidade porque a família é pequena.