Uma equipe de pesquisadores coordenada pela professora Neli Aparecida de Mello-Thery, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, esteve na segunda metade do mês de julho na amazônia, especificamente na região da Serra dos Carajás para atuar na pesquisa “Condicionantes do Desenvolvimento Sustentável na Amazônia” (Duramaz 2). O projeto, financiado pela Agence Nationale de la Recherche (ANR), da França, é a segunda etapa de uma pesquisa que avaliou 13 experiências locais de desenvolvimento sustentável e trata de temáticas que incluem as influências locais das mudanças climáticas, impacto de novos mecanismos de desenvolvimento sustentável e ações de responsabilidade social das empresas.
Além da professora Neli, a equipe de pesquisadores é formada por Marie-Françoise Fleury, Hervé Théry e pelos doutorandos Luciana Riça Mourão, Paulo Roberto Cunha e Solen Le’Clech. O trabalho, que agrupa instituições francesas e de outros países europeus, com participação da Universidade de Indiana (EUA) e da USP, tem a interdisciplinaridade como base, reunindo estudiosos das questões amazônicas e sua sustentabilidade.
O universo principal da pesquisa é a Área de Proteção Ambiental (APA) Igarapé Gelado, localizada no município de Parauapebas, no Pará, focado nas condições do desenvolvimento com sustentabilidade que vem se mantendo desde meados da década de 1990, embasadas nas ações de uma cooperativa que foi criada pela atuação de camponeses ligados à teologia da libertação.
Sustentabilidade
Entender os papéis dos diferentes atores públicos e privados, incluindo a Vale do Rio Doce, e compreender como os moradores (atuais agricultores que foram garimpeiros) da APA contribuem para a sustentabilidade estão entre os objetivos do projeto. A pesquisa é continuidade de outra desenvolvida entre os anos de 2007 e 2010, também com a participação da EACH, incluindo projeto de iniciação cientifica.
Durante 15 dias, a equipe entrevistou agricultores, técnicos agrícolas e de saúde, presidentes de associações e cooperativas, secretários municipais, feirantes, gestores socioambientais e educadores para compreender as mudanças ocorridas entre 2007 e 2014, sobretudo para entender como contribuíram com experiências de sustentabilidade. Os pesquisadores também levaram o livro publicado na pesquisa anterior, Duramaz 1, para doar aos membros da associação dos produtores da APA.
Os próximos passos do estudo envolvem a tabulação e análise dos dados, apresentação dos resultados desta e das outras experiências e discussão em seminários internacionais. A pesquisa deverá terminar em 2015 e um novo livro será publicado.