O clássico churrasco familiar para celebrar o fim de ano pode estar em risco no Rio Grande do Sul. O motivo é o abrupto crescimento no preço da carne bovina e suína. O aumento de 12% na carne bovina foi o mais alto dos últimos seis anos e excede o dobro da inflação sobre os alimentos, que foi de 5,57%. Já no caso da carne suína, o aumento atingiu a marca de 15%.
O Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), evidencia a disparada no preço da carne. A costela, popular corte bovino, custava em média R$ 20 em outubro deste ano. Em dezembro, época das festas e comemorações, o preço aumentou para mais de R$ 25. Nos açougues, o preço foi de R$ 10 para mais de R$ 20 no mesmo período. O custo da picanha, corte nobre da carne bovina, sofreu um aumento de quase 20% entre outubro e dezembro deste ano.
Segundo especialistas, a explicação para o aumento recai sobre as demandas internas e externas. A cadeia de produção nacional não está conseguindo atender a procura interna e ainda tem que cumprir as exportações para o mercado internacional. No caso da carne suína, o motivo do aumento de preço é a valorização dos mercados interno e externo. Quem comemora é o produtor, que está recebendo cerca de 13% a mais pelo quilo da carne vendida.