A Coopercentral Aurora Alimentos iniciou na segunda quinzena de fevereiro o alojamento de aves a campo para restabelecer a base produtiva – formada por cerca de 800 aviários – que fornecerá a matéria-prima (aves adultas) para abate e processamento no Frigorífico de Xaxim. Essa indústria – que pertence à Massa Falida do antigo Grupo Chapecó e até meados de dezembro era operada pelo Frigorífico Diplomata – foi arrendada em dezembro passado pela Cooperativa Central por prazo inicial de três anos.
O presidente da Aurora, Mário Lanznaster, informou hoje que, com o início do alojamento, o abate será retomado em 15 de abril, com cerca de 60.000 frangos por dia, crescendo até atingir, em dezembro, a capacidade máxima instalada de 238.000 cabeças/dia.
A reativação da indústria sofre um transtorno causado pelo arrendatário anterior, a Diplomata, que inadimpliu o pagamento da energia elétrica para a fornecedora Iguaçu Energia, de Xanxerê. Em consequência, o serviço foi suspenso e apenas 30% das necessidades de energia da unidade estão sendo supridas. Como se trata de dívida da arrendatária anterior, as duas empresas – Iguaçu Energia e Aurora – buscam uma solução.
O presidente Lanznaster disse que, apesar dos percalços, a Aurora manterá a decisão de investir 60 milhões de reais neste semestre para recolocar em pleno funcionamento a unidade industrial de abate e processamento de aves de Xaxim.
Os investimentos físicos somam 20 milhões de reais e estão representados pela aquisição de duas linhas de evisceração de aves, recuperação de equipamentos e instalações do abatedouro, além de outras melhorias. O juiz da 3a Vara Civil de Chapecó Marcelo Volpato de Souza já nomeou técnico para avaliar e atestar a necessidade desses investimentos. Outros 40 milhões, em forma de capital de giro, são necessários para financiar a retomada da operação industrial, o alojamento de frangos e a aquisição de matérias-primas e dos demais insumos para produção.
Por outro lado, a Aurora iniciou o processo administrativo de recrutamento, seleção e admissão tendo como prioridade os cerca de 2.200 empregados que trabalhavam para a ex-arrendatária da planta industrial, o Frigorífico Diplomata. As admissões para a indústria serão paulatinas porque manterão sincronia com a reativação da produção avícola à campo, explica o vice-presidente Neivor Canton.
A Cooperativa Central habilitará a base produtiva de campo que fornecia matéria-prima para a ex-arrendatária, formada por 600 avicultores com, aproximadamente, 800 aviários. Os técnicos da Aurora visitarão esses estabelecimentos rurais para transmitir as orientações técnicas e os padrões de produção avícola.
Com isso, iniciará o processo de organização da produção para que o abate e o processamento sejam retomados e atinjam, plenamente, a capacidade instalada de 280 mil aves por dia, em dois turnos. As ações para reestruturação da base produtiva começam, imediatamente, para alojamento de pintinhos e início efetivo do abate em 15 de abril, tornando possível atingir a plena capacidade industrial em junho de 2013. O mix de produtos será formado, inicialmente, por cortes e salgados de frango.
O diretor de agropecuária Marcos Antônio Zordan confirmou que a Aurora pretende acolher em seu sistema de integração todos os criadores de aves que atendiam o Frigorífico Diplomata.
Todo o conjunto produtivo pertencente à Massa Falida da Chapecó Alimentos foi arrendado, o que inclui, além do abatedouro, as seguintes estruturas: fábrica de rações (capacidade de produção mensal de 32.000 toneladas ou 60 toneladas/hora), incubatório (capacidade de produção de pintinhos de 4 milhões por mês), setor de congelamento da unidade industrial (420 toneladas por dia), armazéns (capacidade de armazenagem de 1.200 toneladas) e granjas-matrizes (alojamento para 200 mil matrizes).