Uma técnica que traz benefícios para o bem-estar suíno, e ganhos econômicos para o produtor e indústria. A imunocastração na suinocultura vai ser debatida num workshop nesta quarta-feira (10/04) na Embrapa Suínos e Aves em Concórdia (SC), unidade descentralizada da empresa de pesquisa agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Com a imunocastração, os suínos machos são castrados por meio de uma vacina que inibe a função testicular. A vacina é aplicada no pescoço do animal em duas doses, a oito e depois a quatro semanas do abate. Esta prática de manejo é necessária para controlar o odor e sabor do macho inteiro, causados principalmente pela presença da androstenona, que é um feromônio, e do escatol, um subproduto da degradação do aminoácido triptofano no intestino do animal. No Brasil, a castração é um procedimento obrigatório.
Entretanto, os machos castrados cirurgicamente têm maior índice de mortalidade ainda na maternidade, crescem mais lentamente do que os inteiros, consomem mais ração e apresentam maior porcentagem de gordura na carcaça. “Ou seja, a imunocastração traz maior bem-estar ao leitão, que não passa pelo trauma da remoção dos testículos, e benefícios para o produtor, com a melhora da conversão alimentar do suíno na terminação, e para a indústria, que recebe uma carcaça com melhores características, como menor espessura de toucinho e maior quantidade de carne magra”, diz o pesquisador Osmar Dalla Costa, da Embrapa Suínos e Aves, um dos organizadores do workshop, ao lado dos pesquisadores Gustavo Lima e Fernando Tavernari.
“Queremos discutir a técnica e também maneiras de como contribuir para a cadeia produtiva, definindo programas de pesquisa”, continua Dalla Costa. O workshop é voltado para técnicos e profissionais ligados à cadeia produtiva de suínos. A programação inclui dois painéis sobre “experiências do setor produtivo de suínos sobre a imunocastração” e “desempenho de genótipos comerciais com a imunocastração”.
Programação do evento:
8h – Recepção e entrega de material
8h30 – Abertura – Chefia da Embrapa Suínos e Aves
8h45 – Benefícios da imunocastração dos suínos – Marcela Tocchet, gerente de produto da Zoetis
Painel – Experiências do setor produtivo de suínos sobre a imunocastração
9h10 – Silvano Bünzen – Nutrição animal, Seara Alimentos
9h35 – Cezar Dobler Castagna – Médico veterinário, Cooperxanxerê
10h – Coffee Break
10h25 – Egidio Loregian – Coordenador de produção de suínos da Cooperativa Regional Sananduva
10h50 – Yuso Henrique Tutida – Médico veterinário, sanitarista e coordenador técnico do Fomento do Frigorífico Riosulense S/A
11h15 – Perguntas
Painel – Desempenho de genótipos comerciais com a imunocastração
11h35 – Tiago Feldens Paranhos – Coordenador técnico da Genetiporc do Brasil
12h – Amanda Pimenta Siqueira – Coordenadora técnica de produção de suínos da Agroceres PIC
12h25 – Perguntas
12h35 – Almoço
13h30 – Resultados de pesquisas da Embrapa Suínos e Aves sobre os efeitos da imunocastração no desempenho, características de carcaça e qualidade de carne. Osmar Dalla Costa e Gustavo Lima – Pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves
14h30 – Análise crítica do emprego da imunocastração – Meliza Izabel Hannas, professora de Nutrição de Monogástricos da UFV
15h10 – Considerações finais