A presidente Dilma Rousseff almoçou ontem com seus dois principais conselheiros – o ex-ministro Delfim Netto e o economista Luiz Gonzaga Belluzzo – além de Yoshiaki Nakano. Nenhum deles se opõe ao aumento dos juros agora, como instrumento de controle da inflação. Sobre a posição da presidente, Belluzzo comentou: ” Ela não tem esse tipo de dogma”. Segundo o economista, “o Brasil se divide entre os que acham que não pode haver aumento de juros e os que acham que os juros não podem cair”.
O índice de difusão da inflação, que mostra que 74% dos produtos que compõem os índices de preços estão contaminados por aumentos, é um problema que exige um sinal, elevando os juros, diz Belluzzo. A dosagem do aumento é a decisão do Banco Central. Na avaliação do economista, a inflação não está com tendência de aceleração, mas “com rigidez de baixa”.
Segundo assessores, a presidente avalia que a economia caminha bem e que o governo está fazendo o que pode para estimular o crescimento e combater a inflação. Inclusive, prepara novas rodadas de desoneração tributária para setores específicos, principal eixo da política de reforço ao PIB e guerra à inflação.
No Palácio do Planalto, avalia-se que se o país encerrar o ano com um crescimento de 3% do PIB e inflação “ao redor” de 6%, “pode mandar fazer a faixa” da reeleição de Dilma em 2014. A campanha eleitoral antecipada segue a pleno vapor.