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Mercado Interno

Preço menor dos grãos puxará crescimento na produção de suínos e aves

Oferta de carne bovina deve ser restrita com abate intenso de matrizes.

Preço menor dos grãos puxará crescimento na produção de suínos e aves

A continuidade da queda dos preços dos grãos, especialmente milho, estimulará um avanço na produção de carne suína e de frango no segundo semestre deste ano. “A supersafra norte-americana de milho vem se concretizando e teremos uma boa safrinha do cereal no Brasil. A perspectiva é de continuidade da descompressão sobre os preços ao longo do restante do ano, o que traz um alívio em custo de produção de suínos e aves”, afirma o economista da LCA Consultores, Étore Sanchez, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Esatado. Com base nesse cenário, as projeções da consultoria para a produção de aves no País em 2013 são de crescimento de 7% e, para suínos, de 7,2%, compensando boa parte da queda na produção dessas proteínas animais em 2012.

O desempenho das cotações dos grãos também influenciará os preços da carne no atacado. A LCA estima que o Índice de Preços por Atacado (IPA) de suínos caia 7% neste ano e de aves, 13,91%. “O recuo é intenso mas, considerando as altas registradas no ano passado – somente em aves, o IPA aumentou 30% -, o movimento deste ano significará apenas uma normalização dos preços”, diz o economista.

Bovinos – O cenário desenhado pela LCA para o setor de carne bovina é um pouco diferente em relação a suínos e aves. “Ainda neste ano veremos um avanço na produção, com elevação de 5% ante 2012. Mas por causa do abate intenso de matrizes, iniciado no fim do ano passado, no médio prazo – entre dois e três anos – veremos um ciclo da pecuária nacional de oferta restrita”, declara Sanchez.

Já o IPA de bovinos, ao contrário do de suínos e de aves, deve subir 1% em 2013 ante alta de 10% em 2012, em virtude do período de entressafra de boi gordo no segundo semestre. Haverá repasse nos preços da carne devido à utilização de sistemas intensivos de engorda, nos quais o custo de produção é maior em comparação ao do gado criado a pasto, por causa da utilização de rações à base de grãos. “Embora uma redução dos valores dos grãos deva ser observada no custo de produção do setor neste segundo semestre ante o mesmo período do ano passado”, ressalta o especialista.

Câmbio e taxa de juros – Questionado sobre os malefícios causados pela escalada do dólar ante o real, Sanchez diz que, no curtíssimo prazo, pode haver alguma pressão nos custos. A LCA, porém, trabalha com um câmbio a R$ 2,05/US$ ao fim do ano. “Haverá uma desvalorização do dólar ante o real até o fim do ano, então a influência negativa será mínima”, informa. Segundo ele, existem empresas com hedge de commodities e de câmbio, o que pode ajudar a minimizar a volatilidade do câmbio.

Sobre a alta na taxa básica de juros, a Selic, o economista da LCA também não vê impactos negativos no setor. “As taxas de linhas de crédito para o setor – mais especificamente ao produtor – são diferenciadas”, lembra.