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Biomassa

Álcool de bagaço é realidade no País a partir de 2014

Granbio começa a produzir no primeiro trimestre do ano que vem. Raízen, Odebrecht, Petrobras e CTC estão desenvolvendo projetos.

Álcool de bagaço é realidade no País a partir de 2014

rincipal aposta para aumentar a oferta de etanol no país, o etanol celulósico – combustível produzido a partir do bagaço, folhas, cascas e outros resíduos da produção de cana-de-açúcar, é a estrela do Ethanol Summit, que começa hoje em São Paulo. A expectativa do setor é que o etanol de segunda geração aumente a produção nacional desse combustível em mais de 50%, sem necessidade de expansão da área de plantação.

“O etanol de segunda geração não é mais uma promessa. Não estamos falando mais de testes ou usinas pilotos e sim de empresas que inauguraram usinas de porte comercial”, afirma o diretor de comunicação e marketing da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Adhemar Altieri.

Altieri lembra que, com uma situação única, pela quantidade de biomassa disponível, o Brasil sempre foi visto como um país de bastante potencial para a produção de etanol. “Com isso, todas as empresas mundiais que tem projetos em desenvolvimento tem procurado e firmado parcerias com companhias brasileiras”, afirma. “Temos hoje importantes projetos como o da Granbio, Raízen, Odebrecht, Petrobras e CTC. O setor está em plena atividade no país”, comemora o diretor da Unica.

O projeto da Raízen vai passar por aprovação do conselho de administração em julho. A Odebrecht Agroindustrial firmou recentemente acordo com a dinamarquesa Inbicon para desenvolvimento de seus projetos de etanol celulósico. A Petrobras tem meta de iniciar a produção comercial em 2015. A planta do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) deverá estar pronta para operação em meados de 2014.

Alfred Swarcz, o consultor de Emissões e Tecnologia da Unica, lembra que o etanol de segunda geração é uma opção complementar à produção tradicional de etanol. “No início, os números serão modestos, com tendência a crescer. Mas nos próximos anos, com a disseminação da tecnologia, o etanol de segunda geração vai fazer a diferença e o mercado vai olhar com mais interesse”, argumenta. “Estamos em um bom caminho”.

Segundo Swarcz, os estados que são os principais produtores de etanol tradicional, de primeira geração, também poderão se tornar os principais para etanol celulósico: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Alagoas e Pernambuco estão no páreo.

Para a brasileira Granbio, o etanol de segunda geração já é uma realidade. A empresa será a terceira planta de etanol celulósico a entrar em operação no mundo e a primeira no hemisfério sul. As primeiras começaram a produzir no ano passado, na Itália e nos Estados Unidos. “E já começamos como a segunda maior, atrás apenas dos EUA”, comemora Alan Hiltner, vice-presidente executivo e de novos negócios da Granbio. A planta em São Miguel dos Campos, Alagoas, entra em operação no primeiro trimestre de 2014. “Estamos rigorosamente dentro do cronograma”, afirma Hiltner.

Com investimento de R$ 350 milhões, ela terá capacidade de produzir 82 milhões de litros de etanol por ano. A meta da Granbio é produzir 1 bilhão de litros/ano de etanol de segunda geração até 2020. Segundo o executivo, a empresa deve anunciar ainda neste ano a instalação de uma segunda unidade de produção de etanol de segunda geração. “Já estamos estudando um local “.

A Granbio apoia seu plano de negócios nas previsões de consumo de etanol da Unica, que prevê que os atuais 22 bilhões de litros consumidos no mercado interno saltarão para algo entre 47 bilhões e 68 bilhões de litros em 2020.

“Além da frota flex, temos ainda a mistura com a gasolina, que cria uma demanda maior do que a produção tradicional pode atender”, explica Hiltner. Fora isso, os produtores estão mirando o mercado norte-americano. O custo de etanol de segunda geração deve ser 20% mais baixo que o de primeira geração.

A Granbio é uma das grandes apostas do BNDES para tornar viável economicamente o etanol de segunda geração. Tanto que o banco aportou R$ 600 milhões no projeto e analisa atualmente seis outros projetos do combustível.