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Pesquisador da Etiópia conhece suinocultura no Sul do Brasil

Zemelak Sahle Goraga está empolgado com o intercâmbio proporcionado com projeto da entidade brasileira.

Pesquisador da Etiópia conhece suinocultura no Sul do Brasil

O pesquisador etíope Zemelak Sahle Goraga do Ethiopian Institute of Agricultural Research (EIAR) participa até o dia 4 de setembro de atividades do projeto “Melhoria na suinocultura da Etiópia por meio da caracterização genética e socioeconômica e do desenvolvimento de um sistema de produção” na Embrapa Suínos e Aves de Concórdia (SC), unidade descentralizada da empresa de pesquisa agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
 
Goraga, que tem mestrado pela Wageningen University, da Holanda, e doutorado pela Humboldt Universität zu Berlin, da Alemanha, atua na área de melhoramento e genética animal na unidade de pesquisa do EIAR (equivalente à Embrapa na Etiópia) na cidade de Debrezeit, a 47 km da capital do país, Adis Abeba. A programação de trabalho do pesquisador inclui visitas a agroindústrias familiares, granjas e abatedouros em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, além de reuniões com pesquisadores e equipe de Genômica Animal da Embrapa Suínos e Aves.
 
Pela primeira vez no Brasil, Goraga está empolgado com o intercâmbio proporcionado pelo projeto, “principalmente pela possibilidade de conhecer a estrutura de produção de suínos, a Embrapa e as pesquisas desenvolvidas na Unidade”, diz. O pesquisador da Embrapa líder do projeto, Gustavo Lima, lembra que “o projeto não estimula concorrência, bastando observar a gigantesca diferença entre a produção de suínos nos dois países e vai ajudar na introdução de boas práticas na produção suinícola, em processos industriais e em genômica. Sem contar o intercâmbio, criando uma interdependência entre todos os envolvidos”, diz. Lima também destaca que o projeto vai proporcionar a oportunidade de levar sugestões de medidas de biosseguridade na tentativa de amenizar os problemas com a peste suína africana, uma doença com graves implicações que ataca os rebanhos na Etiópia e que não existe no Brasil.

 
O projeto “Melhoria na suinocultura da Etiópia por meio da caracterização genética e sócio-econômica e do desenvolvimento de um sistema de produção” está divido em quatro etapas, que incluem a caracterização dos sistemas de produção em 60 granjas etíopes; a análise do sistema de produção mais adequado às características do país; a definição de um manual de boas práticas para a produção de suínos; e a caracterização genética dos rebanhos etíopes, onde se indicará quais as raças mais adequadas.
 
Instalada pela Embrapa e pelo Fórum para Pesquisa Agropecuária na África (Fara) em maio de 2010, a Plataforma África-Brasil de Inovação Agropecuária incentiva instituições africanas de pesquisa e desenvolvimento, sejam elas públicas ou privadas, a criar projetos direcionados ao desenvolvimento da agricultura naquele continente. Os projetos seguem a ideia básica de contribuir para o combate à pobreza, com foco na melhoria da produtividade agrícola e do manejo dos recursos naturais.
 
Além da Embrapa e do Fórum para Pesquisa Agropecuária na África, a plataforma tem a parceria da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Departamento de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (DFID), Fundação Bill & Melinda Gates, Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Ifad), Banco Mundial, e organizações de pesquisa e desenvolvimento africanas.
 
Etiópia
A República Federal Democrática da Etiópia fica na região nordeste do continente africano e tem 93,8 milhões de habitantes. O país é a 73ª economia mundial, mas em renda per capita aparece em 211º lugar, além de ocupar o 173º lugar (o Brasil é o 85º) no IDH, o Índice de Desenvolvimento Humano.