A maior pesquisa do país sobre o comportamento dos gastos dos consumidores, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), vai ampliar a apuração de dados sobre alimentos.
Os técnicos da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), cuja versão mais recente é de 2008/2009, vão apurar, pela primeira vez, quantos brasileiros não estão conseguindo ter alimento suficiente em casa. E no lado oposto, com o objetivo de medir a fatia de brasileiros com excesso de peso, vão aprofundar a coleta de informações sobre quantidade e qualidade de alimentos ingeridos.
“Vamos manter a coleta de dados sobre peso, altura etc. E vamos ampliar a pesquisa sobre bem-estar, qualidade e quantidade dos alimentos”, disse André Martins, pesquisador do IBGE. A próxima pesquisa vai aumentar a base de famílias pesquisadas em todos os Estados do país: de cerca de 50 mil para 72 mil famílias. O trabalho começa em agosto de 2014 e vai até o fim de julho de 2015.
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A maneira como as famílias estão se alimentando é uma “grande preocupação” pois a fatia da população acima do peso ideal caminha para níveis registrados em países como Estados Unidos e Austrália, na casa dos 60%, diz Martins.
O aumento da renda e da quantidade de pessoas trabalhando fora de casa mudaram a forma como as pessoas comem e o que comem e isso não necessariamente levou-as a hábitos mais saudáveis.
A POF de 2008-2009 mostrou aumento contínuo de excesso de peso e obesidade na população de 20 anos ou mais nos últimos 35 anos. O excesso de peso foi encontrado em 50,1% dos homens e entre 48% das mulheres.
Na outra ponta do problema, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/2009) já havia detectado que 30,2% dos domicílios passavam por algum grau de insegurança alimentar. A expectativa é de que essa fatia tenha diminuído.
