A Itaipu Binacional, que disputa com Três Gargantas, na China, o título de maior hidrelétrica do mundo, espera neste ano ser a primeira usina do planeta a bater a marca de 100 milhões megawatts por hora produzidos. Em 2102, a barragem localizada na fronteira entre o Brasil e o Paraguai já atingiu uma geração recorde de 98,3 milhões de MWh, o que a colocou à frente da gigante chinesa, ainda que por uma pequena margem. A produção de Três Gargantas foi de 98,1 milhões de MWh no ano passado.
No entanto, até o dia 6 de outubro, a produção acumulada em Itaipu era 0,94% inferior ao volume registrado em igual período do ano passado, totalizando de 75 milhões de MWh. Segundo o diretor-geral Jorge Samek, que responde pelo lado brasileiro da hidrelétrica, a meta de 100 milhões de MWh continua de pé e vai depender das condições climáticas até o fim do ano. Por enquanto, o volume de chuvas nos últimos dias tem sido favorável, indicando que o período úmido será normal. Mas ainda é cedo para prever como serão as chuvas durante o verão.
Ao longo deste ano, a geração de Itaipu foi menor devido a algumas restrições impostas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), que é responsável pela gestão da produção de energia no país. Segundo Samek, com a vinda do Papa Francisco, em julho, e a Copa das Confederações, em junho, o operador do sistema elétrico preferiu trabalhar com um maior grau de proteção durante esses eventos, acionando mais usinas térmicas nas regiões Sul e Sudeste. Isso tornou o país menos dependente de Itaipu, afastando qualquer risco de interrupção no abastecimento de eletricidade caso houvesse algum problema com as linhas de transmissão.
Desta forma, a hidrelétrica foi menos exigida pelo ONS, apesar de ter água suficiente para produzir mais energia, afirmou Samek. Segundo o executivo, 2012 também foi um ano bissexto, o que contribuiu para que o total produzido fosse maior no ano passado.
A capacidade instalada de Itaipu é de 14 mil MW, enquanto a de Três Gargantas é de 22,4 mil MW. No entanto, a gigante chinesa, inaugurada em 2004, precisa verter água para controlar as enchentes do rio Yang-tsé.
Brasil e Paraguai dividem o controle de Itaipu, mas 91% da produção da hidrelétrica é destinada para o mercado brasileiro.
Com a construção de uma linha de transmissão que levará energia para Assunção, capital paraguaia, o país poderá consumir um maior volume de energia de Itaipu a partir deste ano. Segundo Samek, a demanda paraguaia deve crescer cerca de 10%. Ainda assim, o volume consumido pelo país vizinho continuará sendo relativamente pequeno em relação ao total produzido pela hidrelétrica. Em 2012, os paraguaios consumiram cerca de 8,8 milhões de MWh da energia produzida por Itaipu.
O linhão que liga a usina a Assunção foi “energizado” no dia 6 de outubro, informou Samek. O recém-eleito presidente do Paraguai, Horacio Cartes, reuniu-se em Brasília, há 15 dias, com a presidente Dilma Rousseff. Durante o encontro, a presidente brasileira declarou que o sistema será inaugurado em novembro. A linha, que possui 350 quilômetros de extensão e 759 torres, custou US$ 320 milhões.