Entre os anos 2003 e 2012, as exportações brasileiras para o mercado africano cresceram 327%, passando de US$ 2,9 bilhões em 2003 para US$ 12,2 bilhões em 2012. No período, as exportações totais nacionais aumentaram 231%. Já no acumulado de janeiro a setembro deste ano, as vendas brasileiras para o mercado africano sofreram retração de 7% ante o mesmo intervalo de 2012, totalizando US$ 8,083 bilhões. O intercâmbio comercial entre Brasil e África se multiplicou por quatro vezes em dez anos: pulando de US$ 6,1 bilhões em 2003 para US$ 26,4 bilhões ano passado.
Na composição da pauta exportadora brasileira para o continente africano predominam os produtos manufaturados, os quais responderam por cerca de 40% dos embarques totais brasileiros para a região em 2012, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As exportações de produtos básicos chegaram a 36% do total.
Ao mapear o conteúdo das exportações brasileiras, verifica-se um teor bastante diversificado, considerando que mais de 4 mil itens tarifários foram embarcados no ano passado. Os principais grupos de produtos exportados foram açúcar (33,3% do total), carnes (14,6%), cereais (12,9%), veículos e autopeças (5,4%), minérios (4,9%), máquinas e aparelhos mecânicos (4,8%) e aviões (2,2%). Também se destacam as vendas de produtos intensivos em tecnologia, como aeronaves da Embraer. “Há grande potencial para incrementar o intercâmbio comercial. Há espaço para diversificação das exportações de alimentos e bebidas, ainda muito concentradas em açúcar e carnes, e também para a ampliação das vendas do complexo de máquinas e equipamentos. Para esses dois segmentos, há grandes oportunidades na África Austral, particularmente em Angola e em Moçambique”, diz o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Mauricio Borges.
Nos últimos dez anos, o Brasil importou 334% mais da África, o que fez as compras externas crescerem de US$ 3,291 bilhões em 2003 para US$ 14,265 bilhões em 2012. Entre janeiro e setembro deste ano as importações totalizaram US$ 12,785 bilhões, aumento de 21% ante o mesmo período de 2012. Na pauta importadora, predominam produtos naturais não renováveis, com destaque para petróleo e gás e derivados. Em 2012, o petróleo bruto representou 61% do total das importações brasileiras da África. As aquisições de adubos e fertilizantes, cacau e ferro fundido também tiveram peso considerável nas aquisições brasileiras. A pauta importadora brasileira é estruturalmente concentrada, o que poderia decorrer de fatores ligados à escala de produção, restrições de oferta ou gargalos logísticos, segundo a divisão de inteligência comercial do Ministério de Relações Exteriores brasileiro.