No meio da área agrícola, uma granja de suínos na Fazenda Caverá, em Campo Verde, sudeste de Mato Grosso.
As duas atividades se complementam, do campo sai a matéria-prima que alimenta os animais. A ração é feita na propriedade mesmo, 45 toneladas por dia. O sistema verticalizado reduz as despesas, só que mesmo assim, o produtor não escapou da crise que teve início em junho de 2011, quando a Rússia fechou as portas para a carne suína brasileira, situação que foi agravada o ano passado, quando os custos de produção estavam muito altos. O jeito foi reduzir 500 matrizes do plantel.
Os dias difíceis passaram e a atividade vive hoje uma fase de recuperação. Para se ter uma ideia de como o cenário mudou, no início do primeiro semestre do ano passado, ainda o auge da crise, um animal com 100 quilos, em média, era vendido por aproximadamente R$ 160 no estado. Hoje, não sai por menos de R$ 340.
A explicação para o aumento está na relação entre oferta e demanda. Como muitos produtores fizeram como Raulino Machado e reduziram o número de matrizes, o volume de animais para o abate agora ficou menor.
O bom momento gerou otimismo. A granja de Raulino voltou a ter 2 mil matrizes, que devem produzir 50 mil animais por ano.
Mesmo animado, o produtor pensa no futuro com cautela, uma herança dos dias difíceis. “Foi um ano inteiro de crise, então a gente fica com um pé atrás, apesar de estar dando para trabalhar melhor”, diz.