O fim das ajudas europeias à exportação coloca o setor avícola francês em difícil situação, já que o mesmo sofre a dura concorrência dos frangos brasileiros, assunto que poderá ser tratado na visita do presidente francês, François Hollande, ao Brasil. A notícia foi comunicada pela Agência France-Presse.
Hollande está no Brasil esta semana junto com uma delegação de empresários e ministros, entre eles o responsável pelo setor Agroalimentar, Guillaume Garot.
O comércio de frango “não para de crescer”, segundo a FranceAgrimer (centro nacional francês de produtos da agricultura e do mar).
Atualmente, o Brasil leva vantagem porque se transformou em líder na exportação de aves domésticas, na frente dos Estados Unidos e da Europa.
“O problema (que os frangos brasileiros apresentam) é uma questão de competitividade, mas também de subsídios, com perdões da dívida (…) e apoio bancário”, explica uma especialista em Brasil, que pediu anonimato.
O governo brasileiro apoia as exportações sob a forma de créditos com uma parte muito pequena de dinheiro público: “os bancos pagam já que têm a obrigação de conceder créditos preferenciais e porque (os bancos) também têm participações nos criadouros”, informou a fonte.
A isso se soma a depreciação do real, nos últimos meses, que faz com que os frangos brasileiros sejam ainda mais competitivos no mercado mundial.
Por outro lado, o setor francês continua perdendo mercado nos últimos dez anos. As coisas não serão resolvidas com o fim das ajudas à exportação, desde julho, que significavam um apoio ao setor de cerca de 55 milhões de euros (R$176,6 milhões) anuais.
Cabe mencionar que a Arábia Saudita é o principal país cliente dos frangos franceses (40,8% das exportações em 2011 segundo FranceAgrimer), seguida pelo Iemên (10,4%), Rússia (6,6%) e Benim (também 6,6%).