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Genética

Mercado brasileiro de genética suína reflete concentração da cadeia produtiva

Concentração da produção de suínos no setor primário já é bastante conhecida e debatida nos meios acadêmicos e nos diversos fóruns setoriais.

Mercado brasileiro de genética suína reflete concentração da cadeia produtiva

A concentração da produção de suínos no setor primário já é bastante conhecida e debatida nos meios acadêmicos e nos diversos fóruns setoriais. Nos últimos 15 anos, as granjas multiplicaram seu tamanho para ganhar fôlego por meio da economia de escala, que se tornou fundamental para competir no mercado brasileiro de carne suína. Grande parte deste movimento deu-se também a partir da migração da produção de suínos para a região centro-oeste, com maior disponibilidade de terras e grãos.

O setor de suínos também vive um cenário que se repete ao longo de outros elos desta cadeia produtiva, como é o caso do setor frigorífico, que com fusões e aquisições tornou-se altamente concentrado, com mais de 60% dos abates de suínos no Brasil sendo realizados por três grandes agroindústrias. O setor de rações também passa por transformações profundas, com mudanças nos controles acionários e fusões nas principais indústrias de alimentação animal.

Outro setor estratégico para a suinocultura brasileira que vem passando por alterações significativas é a produção de animais de genética. Atualmente duas empresas de genética suína detêm mais de 50% do mercado brasileiro de animais de reprodução, e a terceira maior participação de mercado é ocupada pela genética desenvolvida por uma grande agroindústria nacional, de acordo com dados do Serviço Oficial de Registro Genealógico de Suínos do Brasil, executado desde 1956 pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) por delegação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O futuro da configuração do mercado de genética suína no Brasil dependerá da estratégia adotada pela agroindústria líder na produção de carne suína no Brasil, que atualmente produz sua própria genética para atender grande parte da sua produção, comprando no mercado apenas parte do necessário para atender sua demanda. Ainda não está claro se o setor agroindustrial vai concentrar seus esforços financeiros na sua atividade principal, a industrialização de carne suína, com a compra do material genético no mercado, ou se vai verticalizar a produção de carne suína com desenvolvimento do seu próprio material genético.