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Ovos

Ovos brancos e vermelhos serão analisados pela Unicamp

Universidade analisa de forma mais profunda a composição dos ovos produzidos em território nacional.

Ovos brancos e vermelhos serão analisados pela Unicamp

O ovo vermelho é mais nutritivo que o branco? Tem mais vitaminas? Muitos consumidores ainda tem dúvidas na hora de escolher: será que existe mesmo diferença entre ovos brancos e vermelhos? Com o objetivo de responder a essa e muitas outras dúvidas do brasileiro com relação ao que de fato se encontra dentro da casca, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) inicia um estudo para analisar de forma mais profunda a composição dos ovos produzidos em território nacional.
O objetivo do projeto é identificar as quantidades de proteínas, carboidratos, gorduras e colesterol, além de detalhar os valores e tipos de aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas e minerais presentes no alimento. Também será possível verificar se existem de fato diferenças nutricionais entre ovos brancos e vermelhos, em virtude de serem provenientes de raças de galinhas poedeiras diferentes.

O estudo é fruto de acordo firmado no último 1º de março entre o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação – Nepa da Unicamp e o Instituto Ovos Brasil, e estabelece diretrizes para a realização do primeiro estudo em território nacional acerca da composição nutricional completa de ovos segundo padrões internacionais de análise. São responsáveis pela execução do projeto o coordenador do Nepa, Prof. Dr. Walter Belik, o pesquisador Dag Mendonça Lima e a nutricionista e pesquisadora Renata Maria Padovani, ambos também membros da equipe do NEPA, com apoio do diretor executivo do Instituto Ovos Brasil, José Roberto Bottura, e da nutricionista Lucia Endriukaite, consultora do Instituto Ovos Brasil.
O ovo tem apresentado consumo crescente nos últimos anos, em virtude principalmente de medidas de esclarecimento à população, desfazendo mitos e revelando propriedades nutricionais importantes. O consumo anual per capita saltou de 130 unidades, em 2007, para cerca de 170 unidades em 2011, segundo cálculos preliminares. Os números estão relacionados a consumo doméstico e industrial.
“Com pesquisas em outros países revelando uma redução na quantidade de colesterol presente no ovo, assim como a observação de um significativo aumento de vitamina D, é de extrema importância realizar uma análise do produto brasileiro de forma completa, a fim de se obter parâmetros de comparação com as informações provenientes de fontes internacionais, como o USDA – United States Department of Agriculture”, pondera José Roberto Bottura. “Há também mitos que precisam ser desfeitos em prol de uma melhoria na qualidade da alimentação do brasileiro, e para tal as pesquisas científicas são essenciais”, complementa Bottura.
“Desde a elaboração da Taco – Tabela Brasileira de Composição de Alimentos –, em 2004, com a impressão da primeira versão da Tabela, é desejo do Nepa aprofundar a análise de certos alimentos. Não tivemos oportunidade naquela ocasião, devido ao modelo de financiamento do projeto inicial e a capacidade operacional dos laboratórios, de realizar testes adicionais que são importantes para determinar as quantidades de aminoácidos presentes no ovo e de vitaminas como a colina, B12, folatos, ácido pantotênico, vitamina K, E, D, entre outras”, afirma o Prof. Dr. Walter Belik. O especialista informa ainda que os dados adicionais obtidos a partir deste estudo serão incorporados à nova versão da TACO.
O projeto, que se inicia já em março, prevê diversas fases. A primeira parte contempla duas visitas técnicas a regiões produtoras de ovos – Itanhandu (MG) e Bastos (SP) – para testar o protocolo de coleta, e verificar a necessidade de ajustes às metodologias definidas. Dag Mendonça Lima, pesquisador responsável pela execução da pesquisa, ressalta a importância de definir criteriosamente o cronograma: “a partir da aprovação do protocolo de coleta, as amostras devem ser coletadas o mais breve possível para que cheguem de todas as partes do Brasil aos laboratórios na mesma semana, já que se trata de um material altamente perecível”. A conclusão do estudo está prevista para um período de três a quatro meses.