A presidente Dilma Rousseff disse ontem (28), no lançamento do Plano Safra 2012/13, que o governo federal pretende criar uma agência para cuidar da área de assistência técnica e extensão rural. O papel desse tipo de entidade é dar apoio técnico e levar tecnologia aos agricultores e pecuaristas.
“Temos uma certa fragilidade na área de assistência técnica e extensão rural. O governo está construindo uma política para essas áreas e estamos pensando na criação de uma agência capaz de providenciar e disseminar as melhores práticas a partir de protocolos e pacotes tecnológicos, criando e especializando um grupo de agentes públicos que terá ligação com os órgãos de extensão estaduais e cooperativas. Esse talvez seja um dos maiores desafios do meu governo”, disse ela na cerimônia.
Entre os anos 70 e 90, o País contou com a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Embrater). Extinta a agência, a responsabilidade ficou a cargo dos Estados, mas as poucas empresas de extensão rural estaduais existentes têm atuação restrita por orçamentos pequenos.
A falta desses serviços é apontada por especialistas como um fator limitante para a produtividade agropecuária brasileira, já que muitas tecnologias disponíveis ficam “nas prateleiras” e não chegam até a ponta dos produtores. O assunto foi abordado na série especial do Sou Agro sobre “Onze maneiras para alimentar 7 bilhões”
Ao fim da cerimônia, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, disse que a assistência e extensão merecem um órgão específico, assim como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está para a área de pesquisas. Segundo ele, a ideia é que os dois órgãos atuem de forma articulada.
Dilma disse também que o governo trabalha em um Plano Nacional de Armazenagem. Estima-se que o Brasil tenha capacidade de armazenar apenas 70% de sua safra, enquanto a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) recomenda uma capacidade pelo menos 10% superior à produção anual.