Depois de confirmarem as expectativas e alcançarem um novo recorde em 2011, as exportações brasileiras do agronegócio têm espaço para atingir novas marcas históricas neste ano, pelo menos na visão do Ministério da Agricultura.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo ministério, os embarques do setor renderam US$ 94,6 bilhões no ano passado, 23,7% mais que em 2010. As importações cresceram 27,6% na comparação, para US$ 17,1 bilhões, enquanto o superávit do campo aumentou 22,8%, para US$ 77,5 bilhões.
Mesmo com as turbulências em países desenvolvidos e as incertezas que pairam sobre a demanda global por alimentos e sobre as cotações das commodities agrícolas, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, acredita ser possível chegar aos US$ 100 bilhões em exportações em 2012.
Mas, como não poderia deixar de ser, os problemas climáticos que se multiplicam e prejudicam diferentes cadeias produtivas encabeçam a lista de preocupações e ameaças ao novo recorde.
“Chuvas e seca podem atrapalhar o resultado da balança comercial do agronegócio, principalmente no caso do milho. Isso pode interferir nos preços dos produtos”, disse o secretário de relações internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto.
Nesse caso do milho, a questão é se o efeito positivo que uma quebra grande da produção pode gerar nos preços compensará a redução do volume exportável em si. Vale notar que, no caso dos principais grãos – soja e milho -, o fenômeno La Niña também afeta as lavouras da Argentina, o que pode multiplicar os reflexos sobre as cotações internacionais.
Para as duas commodities, os preços médios anuais foram recordes na bolsa de Chicago em 2011. Mas, também em ambos os mercados, a partir de outubro aprofundou-se uma tendência de queda interrompida apenas em dezembro, com as primeiras notícias de que o la Niña estava sendo severo com o milho sul-americano.
Impulsionado pela demanda da China, o complexo soja (grão, farelo e óleo) manteve sua tradicional liderança nas exportações brasileiras do agronegócio em 2011, seguido por açúcar e etanol. (TV e FL)