A coordenação do Mais Alimentos Internacional entregou ao embaixador cubano, Carlos Zamora, na tarde desta segunda-feira (24), a lista precificada dos implementos solicitados por Cuba. Nesta primeira etapa, o Brasil vai liberar US$ 70 milhões (mais de R$ 141,5 milhões) para financiar a compra de máquinas e equipamentos agrícolas produzidos no País, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento da agricultura familiar e garantir a segurança alimentar cubana.
As negociações com Cuba marcam, também, o aperfeiçoamento do Programa. Pela primeira vez, o financiamento será efetuado por meio de carta de crédito. O coordenador do Mais Alimentos, Marco Antônio Viana, ressaltou que a entrega da lista é um grande passo para concretizar a exportação de maquinário agrícola brasileiro para Cuba. “Com isso, esperamos concretizar a entrega deste primeiro tranche (uma parte da operação) ainda em 2012”, salientou.
Carlos Zamora assinalou que o fortalecimento da agricultura familiar faz parte da atualização do modelo econômico cubano e que o Mais Alimentos é uma parte importante deste processo. “É este programa que dará o apoio necessário em equipamentos, tecnologia e experiência para que possamos fortalecer o setor”, afirmou. Cuba tem cerca de 350 mil famílias que vivem no meio rural. A princípio, aproximadamente 170 mil serão beneficiadas pelo acordo entre os dois países.
O primeiro passo para a concretização da parceria do MDA com o país ocorreu em novembro do ano passado, com a assinatura do Projeto de Cooperação Técnica (PCT). Cuba é o primeiro país fora do continente africano a solicitar ao governo brasileiro a entrada no programa. A ilha caribenha importa hoje cerca de 80% dos alimentos que produz A meta do governo local é ser autossuficiente na produção de alimentos até 2015.
O Programa – O Mais Alimentos Internacional foi criado em 2010, a princípio como Mais Alimentos África. Atualmente, quatro países têm acordo firmado com o Brasil: Zimbábue, Moçambique, Gana e Cuba. O objetivo do programa é estabelecer uma linha de cooperação técnica que destaca a produção de alimentos pela agricultura familiar como caminho para segurança alimentar e nutricional dos países participantes.
Aliada à cooperação técnica, a ação prevê o financiamento de tecnologia adaptada às realidades socioambientais da agricultura familiar local, como forma de ampliar a produção e a produtividade dos estabelecimentos rurais. A ideia é que estes países possam produzir mais e melhor. E com o aumento da produtividade e, consequentemente, da renda tornem-se clientes regulares da tecnologia agrícola brasileira.