A nova Norma Reguladora (NR) sobre abate e processamento de carnes e derivados deve ser publicada, para entrada em vigor, em março ou abril de 2013, disse o gerente jurídico, executivo e advogado trabalhista do Grupo JBS, Alexandre Perlatto. ‘O texto está pronto. Em novembro o Grupo Técnico Tripartite (que envolve governo, indústria e trabalhadores e está elaborando o texto final da NR) vai se reunir para discutir detalhes. E em março será realizada a primeira reunião da Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP) do governo’, disse. ‘Acredito que aí eles decidirão pela publicação’, afirmou o executivo após participar do Congresso Nacional da Indústria da Carne, promovido pelo Informa Group.
Segundo Perlatto, o ponto mais polêmico da nova NR – com 35 itens, englobando 15 temas – é o que determina pausas obrigatórias dos trabalhadores para evitar lesões por esforço repetitivo (LER) ou outros males. A nova NR quer definir um tempo total de 60 minutos, variando entre três e seis paradas. ‘A indústria de bovinos e suínos já faz pausas de 30 minutos. Com a nova medida, teremos um aumento de custo de 50%’, disse o executivo da JBS. Ele acredita que algumas regras terão prazo para ajuste, mas a maioria deverá ser aplicada imediatamente após a publicação. ‘No geral, acho que a nova NR é positiva, porque teremos clareza do que devemos seguir’, declarou o executivo.
Pecuaristas-Quase seis meses à frente da diretoria de relacionamento com os pecuaristas do Grupo JBS, Eduardo Pedroso disse que as conversas com os fornecedores de matéria-prima estão melhorando. A empresa, juntamente com representantes de outras companhias e entidades do setor, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), está trabalhando em uma agenda positiva para a cadeia.
Segundo Pedroso, dentre as questões debatidas estão a confiança no peso no animal, a padronização na classificação e tipificação da carcaça, os esforços de marketing para propagar a qualidade da carne brasileira, a criação do Conselho de Preços do Boi (Consebov), entre outros. ‘Muito se fala também na criação da Agência Reguladora de Preços, mas é necessário primeiro nivelar as informações e conhecimentos entre os elos da cadeia para depois passarmos para essa etapa. O processo para melhorar a relação indústria-pecuaristas não está tão rápido, mas estamos evoluindo juntos’, disse. ‘Nessa história não tem que ter um ‘mocinho’ ou ‘bandido’. Tem que ter o comércio’, ressaltou.