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Queremos educação, mas quando teremos? - por José Annes Marinho

"Quero mostrar-lhes o descaso que muitos tem tido com a educação no campo". Leia artigo.

Queremos educação, mas quando teremos? - por José Annes Marinho

Amigos, nos dias das últimas eleições o que mais se falou foi em educação, saúde, segurança para as nossas famílias, planos e mais planos, mas será que serão implantados? Tenho dúvidas! Porém, acredito, pois fomos nós quem elegemos os nossos governantes. No entanto, vocês devem estar se perguntando: onde quero chegar? Na realidade quero mostrar-lhes o descaso que muitos tem tido com a educação no campo. E para aquele que fazem algo pelo produtor: meus sinceros parabéns.

Recentemente estive em vários estados brasileiros e minha visão era, até então, de que melhoramos em alguns aspectos. Mas, infelizmente, me deparei com os mesmos problemas de 10 anos atrás: carência de infraestrutura aos funcionários públicos, baixos salários aos profissionais (técnicos e agrônomos) e, no fim do túnel, o aumento da distância cada vez maior entre os produtores e os profissionais de extensão.

Caríssimos, muitos colegas já alertavam sobre a falta de investimento no campo, principalmente em educação. Em um dia de campo isto ficou ainda mais evidenciado: produtores atentos, ansiosos por algo mais, e a frase de um amigo produtor traduzindo essa deficiência: “Tudo é uma questão de educação”. Tenho de concordar: nossas mudanças acontecem exatamente por estarmos motivados a aprender o certo, o novo e orientado por um professor.

É disso que precisamos: aprendizado, um governo sedento em ajudar o campo, não basta financiamentos aos montes, informações desencontradas, precisamos de um líder que diga aos produtores que eles são capazes e podem fazer cada vez mais. Por isso, quando lancei a ideia de criamos um partido o PPD (Produzir, Preservar para quem tem o Dom), muitos falaram “Eu apoio!”. Onde estão os antigos partidos que representavam o campo? Hoje muitos parlamentares nem se quer sabem que o campo existe. Eles não sabem da dificuldade de plantar, rezar, colher e finalmente vender.

Enfim, um desabafo! Talvez muitos produtores gostariam de expressar o que estou escrevendo.  Quem sabe com estas constatações possa nascer um novo partido em defesa do campo, ou quem sabe o governo implante a nova lei da extensão rural, pois já se passaram dois anos e, finalmente, possam apoiar os profissionais que, em sua essência e formação, são extencionistas. E como disse um dos muitos heróis do campo: “Educação para o homem do campo: já. Porque educação muda tudo”. Espero que a educação e a atenção venham logo, pois sempre acredito que o melhor ainda está por vir.

Por José Annes Marinho, Engenheiro Agrônomo, Gerente de Educação da Associação Nacional de Defesa Vegetal – Andef

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