Produtores de soja e grãos da Argentina iniciaram ontem uma paralisação de uma semana de suas vendas como parte de um protesto contra as restrições do governo às exportações do setor. Organizações de produtores têm pressionado pelo fim das cotas de exportação, que limitam vendas lucrativas fora do país bem como os preços nos mercados domésticos, considerados muito baixos.
No movimento, que está sendo chamado de greve pelos produtores, eles pedem US$ 225 pela tonelada de trigo. Segundo os agricultores, moinhos e exportadores estão pagando apenas US$ 175. Atualmente o governo determina um teto para os preços dos grãos vendidos para consumo doméstico e influencia os preços de exportação estabelecendo cotas e subsídios.
As cotas de exportações foram elevadas na semana passada para 7 milhões de toneladas – antes eram 3 milhões -, mas associações de produtores não ficaram satisfeitas.
Eduardo Buzzi, da Federação Argentina de Agricultura, argumenta que os preços baixos são na verdade “uma transferência de recursos pelo governo (…) de pequenos e médios produtores para exportadores multinacionais”.
A Argentina é o maior exportador mundial de farelo e de óleo de soja e o segundo maior exportador global de milho. Os produtores dizem que os protestos não deve ter impacto sobre a oferta doméstica de alimentos. Analistas não esperam impacto imediato nos preços internacionais.