As exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul nos dois primeiros meses deste ano já apresentam aumento de 66% com relação ao mesmo período do ano passado, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Enquanto nos meses de janeiro e fevereiro de 2010 a receita com as vendas ao exterior alcançou US$ 189,3 milhões, no mesmo período deste ano o montante chegou a R$ 313,5 milhões.
Na avaliação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, se as exportações de industrializados continuarem a manter o mesmo patamar de crescimento registrado nos dois primeiros anos do ano, as vendas externas do setor devem, no mínimo, igualar a receita obtida em 2010, ou seja, US$ 2,1 bilhões. “Ainda é cedo para prevê o aumento das exportações de industrializados do Estado neste ano, principalmente, devido à crise nos países árabes e à tragédia no Japão. No entanto, tudo indica que devemos fechar 2011 bem acima de US$ 2 bilhões”, analisou.
Ainda conforme o levantamento do Radar da Fiems, a participação relativa do setor industrial em tudo que foi exportado por Mato Grosso do Sul nos dois primeiros meses deste ano chegou a 88,5%, superando as vendas externas totais do Estado em igual período de 2010 em 46%, quando as vendas externas sul-mato-grossenses, incluindo todas as categorias de produtos, proporcionou uma receita igual a US$ 215,1 milhões.
Apenas na comparação do mês de fevereiro, quando as vendas externas de industrializados alcançaram US$ 163 milhões, crescimento nominal de 54,3% sobre igual mês de 2010, quando o valor foi de US$ 105,6 milhões, a participação relativa do setor no total das exportações estaduais também atingiu a marca de 88,5%.
Em receita, igualmente aos meses anteriores, fevereiro de 2011 mantém o mesmo comportamento e também se consolida como o melhor resultado já obtido para o mês em toda a série histórica da exportação de industrializados em Mato Grosso do Sul. Com o último resultado, até o momento, são 16 quebras consecutivas de recorde no comparativo com igual mês ao longo da série.
Já com relação ao volume, no mês de fevereiro, a exportação de industrializados alcançou o equivalente a 354,2 mil toneladas, indicando, deste modo, uma redução de 19,3%, em volume, sobre igual mês do ano anterior, quando as vendas externas somaram 439 mil toneladas. No acumulado do ano, o volume total alcança 654 mil de toneladas, queda de 26,5% em relação à igual período de 2009, quando foi vendido ao exterior o equivalente a 889,4 mil de toneladas de produtos industrializados.
Principais grupos – No ano os principais grupos de industrializados que apresentaram crescimento nas exportações foram “Complexo Carne”, “Papel e Celulose”, “Açúcar e Álcool”, “Extrativo Mineral” e “Couros e Peles”. No caso do “Complexo Carne”, o desempenho crescente foi sustentado, sobretudo, pela elevação ocorrida nas vendas de carnes secas e salgadas de outros animais, outras carnes de suínos congeladas, outras miudezas comestíveis de bovinos congeladas, pedaços e miudezas congelados de galos e galinhas, entre outros.
Segundo o levantamento do Radar da Fiems, esses produtos proporcionaram uma expansão, em receita, no comparativo com 2010, que variaram de 28% a 928%. Em valores, o ganho adicional somado, decorrente das expansões observadas, foi da ordem de US$ 27,6 milhões e, deste modo, até o momento, esses produtos em destaque são responsáveis por 97% de todo o ganho absoluto ocorrido, em 2011, nas vendas externas do complexo carne de Mato Grosso do Sul, tendo como principais compradores a Arábia Saudita e Hong Kong.
Quanto às exportações de “Papel e Celulose”, o destaque, naturalmente, continua por conta da pasta química de madeira semibranqueada (celulose), que até agora, em 2011, registrou uma receita de exportação equivalente a US$ 61,8 milhões ou 93,4% da receita total do grupo que tem como principais comparadores a Holanda, Itália e China. Na comparação com igual período de 2010, houve um crescimento de 16 vezes na receita obtida com o produto. Outro destaque foi observado nas vendas de papel fibra 150g/m², que somaram a US$ 3,4 milhões, proporcionando, uma receita 5 vezes maior.
Já no grupo “Açúcar e Álcool”, no acumulado do ano, a receita de exportação alcançou o equivalente a US$ 59 milhões, indicando, sobre 2010, um crescimento nominal de 111% na receita, resultando em um valor adicional de US$ 31 milhões. Já em volume, na mesma comparação, a variação foi de 90,5%, aumento superior a 76 mil toneladas. Em relação aos compradores, os principais são a Rússia, Bangladesh, Uruguai e Lituânia.
No grupo “Extrativo Mineral”, o valor alcançado, no ano, ficou em US$ 29,5 milhões, com destaque para a elevação ocorrida nas exportações de minérios de ferro em bruto, que até o momento, totalizaram US$ 29,5 milhões ou 100% da receita total do grupo, que tem como principal comprador da Argentina. Resultando, deste modo, em uma receita 13% maior que a obtida em igual intervalo de 2010, mesmo com uma redução, em volume, na mesma comparação, igual a 60,3%. Em valores absolutos, o ganho adicional, em receita, é da ordem de US$ 3,3 milhões.
Quanto ao grupo “Couros e Peles”, a receita de exportação obtida, em 2011, alcançou US$ 12,4 milhões, indicando um crescimento nominal de 38,2% sobre igual período do ano anterior. Com o desempenho positivo influenciado, principalmente, pelas compras chinesas que, na mesma comparação, registrou um crescimento de nominal de 109%. Em valores, são US$ 4,8 milhões em 2011, contra US$ 2,3 milhões em igual intervalo de 2010. Com isso, a participação chinesa nas vendas externas do grupo aumentou em 13 pontos percentuais no período, saindo de 25,4% para 38,4%, sendo que os outros compradores são Uruguai e Itália.