Produtores de ovos de Bastos, em São Paulo, comemoram os bons resultados da pesquisa que pode acabar com um tipo de ácaro que vem atacando as granjas. Ainda em fase de testes, o tratamento recupera a saúde das aves.
Coceira, irritação, machucado. Um inimigo desconhecido e que só é possível ver no microscópio: o ácaro. Ele um inseto minúsculo da classe dos aracnídeos e em contato com a ave provoca doenças de pele. As galinhas perdem as penas e também o apetite. Param de produzir e passam o dia se coçando.
Em Bastos, na região oeste de São Paulo, mais de 70 mil aves já foram descartadas desde que a praga começou a afetar as granjas do município em dezembro do ano passado.
Os pesquisadores do instituto biológico de Bastos já descobriram que o contágio pode ser por meio de moscas, equipamentos e também de ave para ave. O ácaro passa de uma ave infestada para a outra em sete dias. Em 20 dias pode-se notar sinais clínicos de maneira moderadamente grave.
Os estudos apontaram que não existem relatos desse tipo de ácaro no Brasil e nem no exterior. Ainda não se sabe como a doença chegou ao município.
Para controlar a praga, os pesquisadores estão testando um tratamento com produtos a base de inseticidas em algumas aves cobaias. O medicamento é colocado na ração ou pulverizado na granja. Todos os dias as galinhas são examinadas em laboratório para detectar a evolução do ácaro.
A boa notícia é que 50 dias depois do início do tratamento o aspecto da galinha já é saudável. A pele volta ao normal e as penas nascem de novo.
Como o tratamento para combater o ácaro ainda está em fase experimental, foi preciso mudar a rotina nas granjas pra controlar a praga. Agora as galinhas tomam banho pelo menos uma vez por semana, o acesso de pessoas é limitado e o plantel todos os dias passa por uma rigorosa inspeção.
Bastos tem uma produção diária de 12 milhões de ovos, a maior do país.