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Exportação

Carnes para China

Mercado chinês mostra potencial de consumo para carne brasileira. País é o maior parceiro agropecuário do Brasil.

Carnes para China

Com um crescimento econômico na casa de 10% ao ano, a China está se mostrando um mercado potencial para as proteínas brasileiras. Nesta semana, uma missão comercial liderada pela presidente Dilma Rousseff trouxe boas notícias do oriente. Dentre elas, a abertura do país à carne suína brasileira. Além disso, as empresas do setor de carnes estão acompanhando de perto as oportunidades de negócios que o país oferece. Caso da Marfrig, que anunciou, também nesta semana, investimentos de mais de US$ 300 milhões na formação de duas joint ventures com empresas locais.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, a China é o principal comprador de produtos agropecuários brasileiros, como soja, itens florestais, açúcar, etanol e carnes bovina e de frango. O país compra do Brasil mais que o dobro do segundo colocado no ranking, os Países Baixos. Nos últimos três anos, houve crescimento de 214% das vendas de produtos agropecuários para a China.

Em 2010, segundo dados da União Brasileira de Avicultura, a China importou 128 mil toneladas de carne de frango. Em 2009, ano no qual o mercado foi aberto, os embarques somaram 28 mil toneladas. O presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, afirmou que a China mostrou a intenção de autorizar a compra de carne de frango de mais 41 frigoríficos brasileiros. Hoje são 24 unidades que vendem ao país.

Na lista dos 10 maiores importadores da carne de frango brasileira no trimestre, a China apareceu pela primeira vez na 8ª posição. Os principais cortes embarcados são meio, ponta e asa inteira, além dos pés.

Em carne bovina, conforme números da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), foram vendidos à China 1,764 milhão de toneladas do produto em 2010, aumento de 59% ante 2009. Em receita, houve elevação de 91%, para US$ 5,871 milhões, com preços 20% superiores.

Para a entidade, mesmo com um ótimo desempenho no ano passado, a demanda pela carne bovina brasileira continua alta. Com a perspectiva de boa performance da economia chinesa aliada ao trabalho da Abiec de estudar melhor o mercado, identificando os potenciais de crescimento, o ano de 2011 deverá ser de boas vendas ao país.

Um futuro promissor está se formando para a carne suína. A principal conquista da missão comercial dessa semana foi a abertura da China ao produto brasileiro. Após cerca de cinco anos de negociações, três unidades produtoras de carne suína – da Cotrijuí – Cooperativa Agropecuária & Industrial, no Rio Grande do Sul, da BRF – Brasil Foods, em Rio Verde (GO) e da Coopercentral Aurora, em Santa Catarina – foram habilitadas a vender o item ao país. A liberação ocorre cinco meses depois de uma missão chinesa vir ao país para inspecionar 13 indústrias.

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, foi uma ruptura. O pleito inicial do setor era habilitar 26 unidades que representariam vendas de cerca de 200 mil toneladas de carne suína em três a cinco anos. Mas, assim como as exportações brasileiras de aves e bovinos, a expectativa é de aumentar os embarques com o tempo. A Abipecs espera em um ano ter 20 unidades habilitadas e, em três anos, 26 frigoríficos, para atingir as mais de 200 mil toneladas no período citado.

A China é o maior consumidor de carne suína no mundo, sendo responsável por metade da demanda. No entanto, quase todo o consumo de 50 milhões de toneladas é suprido pela produção local. De acordo com previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o país asiático deverá importar cerca de 480 mil toneladas em 2011, incremento de cerca de 15% ante o ano passado.

Movimento contrário

O potencial da China não é somente para as exportações. A Marfrig divulgou aportes de mais de US$ 300 milhões na formação de duas joint ventures, por meio da sua subsidiária Keystone, com empresas chinesas.

Uma é COFCO Keystone Foods Supply Chain Investment Company, na qual a Keystone terá 45% (com investimentos de US$ 252 milhões ao longo de 10 anos) e a estatal COFCO, os outros 55%. E a outra é a Keystone-Chinwhiz Poultry Vertical Integration, na qual a Keystone terá 60% (com investimentos de US$ 57 milhões até o final de 2013) e a fabricante de rações e produtora de frango chinesa, Chinwhiz, 40%. Com os investimentos, a Marfrig completa a estratégia em ampliar sua área de distribuição e integrar a produção local.

Já a BRF – Brasil Foods, que possui um escritório de vendas na China, anunciou que está em busca de um parceiro no país e quer aumentar o mix de produtos ofertado na região, já que os chineses consomem, basicamente, asa e pé de frango.