Com o agendamento de missão veterinária pelo governo do Japão, para a segunda quinzena de agosto, o setor de carne suína entra na fase de conclusão dos inúmeros processos de abertura de mercados iniciados alguns anos atrás. O Japão, maior mercado importador mundial, com cerca de 1,2 milhão de toneladas anuais, já concluiu análise de risco sanitário. Em agosto, a missão veterinária japonesa deverá conhecer in loco a produção e o abate no Brasil, confirmando as informações encaminhadas pelo Ministério da Agricultura (Mapa).
“A nossa avaliação é que a finalização do processo de abertura deve ocorrer com relativa brevidade após essa missão veterinária, possivelmente até o final de 2011. A etapa mais difícil foi concluída”, diz Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).
Avanços na Coreia – Duas semanas atrás, missão do Mapa visitou Seul, capital da Coreia do Sul. Chefiada pelo secretário de Relações Internacionais, Célio Porto, e com a participação do diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal – DIPOA, Luiz Carlos de Oliveira, e do presidente da Abipecs, a delegação esclareceu dúvidas levantadas pela autoridade sanitária coreana, National Veterinary Research and Quarantine Service – NVQRS. Com isso, concluiu-se importante etapa para a abertura desse mercado, o quinto maior importador mundial, com cerca de 400 mil toneladas anuais.
O processo de abertura, infelizmente, estava paralisado, pois apesar de intensa troca de correspondência, as dúvidas não tinham sido sanadas.
China já abriu seu mercado – O segundo maior importador mundial é a Rússia, o quinto é a Coreia, o sexto, Hong Kong, e o sétimo, a China. Recentemente, a China habilitou três frigoríficos de carne suína do Brasil, iniciando o processo de importações. Foram habilitadas as unidades da Brasil Foods (BRFs) em Rio Verde, Goiás, da Aurora em Chapecó, Santa Catarina, e da Marfrig em Itapiranga, também em Santa Catarina.
Canadá: falta envio de relatório – O Canadá visitou recentemente o Brasil com informações positivas, embora não tenha ainda enviado relatório oficial sobre a visita. Os EUA aprovaram Santa Catarina em novembro de 2010 e a União Europeia deverá visitar novamente Santa Catarina em novembro deste ano.
México: abertura emperrada – Dos seis maiores importadores mundiais, fica faltando a abertura do México, que hoje importa basicamente dos EUA, cerca 700 mil toneladas, devido à proximidade geográfica e ao Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). O México é o terceiro comprador mundial de carne suína.
“Infelizmente, o México tem se recusado a iniciar negociações sanitárias com o Brasil, numa lamentável atitude para um país que se diz amigo”, diz Pedro de Camargo Neto.
A Abipecs solicitou parecer jurídico sobre possível contencioso na Organização Mundial do Comércio – OMC, a ser encaminhado ao governo brasileiro. “Avaliamos, porém, que no contexto atual, dificilmente o Brasil teria competitividade para deslocar os EUA daquele importante mercado”, comenta o presidente da Abipecs.