O mercado suinícola brasileiro passa por um momento muito difícil. Segundo pesquisas do Cepea, a demanda interna pela carne suína não dá sinais de reação, apesar de o período frio ser, tradicionalmente, um dos melhores para as vendas deste produto. A explicação está na concorrência com as carnes bovina e de frango, que também têm recuado. Quanto às exportações, o atual patamar do dólar limita os negócios, além do que a suspensão das compras de carne de três estados por parte da Rússia aumenta ainda mais a disponibilidade interna. Para o suinocultor, a desvalorização do suíno vivo e o encarecimento dos custos de produção ameaçam a sustentabilidade econômica da atividade.
Os Indicadores do Suíno Vivo do CEPEA/ESALQ referentes ao mercado de cinco estados apresentaram queda nos últimos sete dias. A desvalorização mais acentuada foi em Santa Catarina, de 5,1%. Nesse estado, o Indicador do vivo foi de R$ 1,88/kg na quinta-feira (9). No Rio Grande do Sul, houve queda de 3,9%, com o Indicador passando para R$ 1,95/kg. Os preços conseguiram se sustentar mais no Paraná, onde o Indicador fechou a R$ 1,81/kg, recuo de ligeiros 0,5%. No Sudeste, o fechamento do Indicador de Minas Gerais nesta quinta foi de R$ 2,17/kg e o de São Paulo, de R$ 2,02/kg, recuos de 3,6% e 3,3%, respectivamente. O movimento dos Indicadores acompanham a queda nos preços das carnes. A carcaça comum recuou 5% em sete dias a R$ 3,22/kg, em média, no dia 9.
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Indicadores de Preços do Suíno Vivo CEPEA/ESALQ |
Carcaça Comum |
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SP |
MG |
PR |
SC |
RS |
SP |
02/jun |
2,09 |
2,25 |
1,82 |
1,98 |
2,03 |
3,39 |
09/jun |
2,02 |
2,17 |
1,81 |
1,88 |
1,95 |
3,22 |
Var. Semanal |
-3,3% |
-3,6% |
-0,5% |
-5,1% |
-3,9% |
-5,0% |
Preço recebido pelo produtor (R$/Kg) sem ICMS
Fonte: CEPEA/ESALQ
Para maiores informações entre no site www.cepea.esalq.usp.br/suino
Por Camila Brito Ortelan, pesquisadora – Projeto Suínos e Aves