Moderno, eficiente e competitivo, o agronegócio brasileiro é uma atividade próspera, constituindo-se uma das principais locomotivas da economia brasileira, responsável por 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB), 42 % das exportações totais e 37 % dos empregos. Dotado de clima diversificado, chuvas regulares, energia solar abundante, boa distribuição de água doce, terras ainda disponíveis e tecnologia apropriada, o Brasil possui grande potencial de crescimento nos empreendimentos relacionados às cadeias produtivas do agronegócio.
Para aqueles empreendedores que já estão no setor, existem diversas possibilidades de atrair capital para financiamento ou investimento direto. Há também boas oportunidades de investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, voltados para as cadeias produtivas.
Todos esses temas foram abordados no 12º Congresso de Agribusiness – “Oportunidades de Investimentos no Agronegócio”, que a SNA promoveu, com o apoio do Sebrae/RJ, nos dias 21 e 22 de junho de 2011, no Auditório da Confederação Nacional do Comércio.
Um dos debates destacados envolveu a cadeia produtiva das carnes. José Milton Dallari Soares, vice-presidente do Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC) traçou um painel geral do mercado externo, e afirmou que a carne in natura ainda é a mais exportada, sendo a União Europeia o maior consumidor. “Voltamos a vender carne suína para o exterior, depois da retração da década de 80” – lembrou Dallari, acrescentando que o Brasil exporta carne atualmente para 56 países, incluindo EUA, Irã, Egito e Rússia. “Já o total de bois abatidos soma 80.773por dia, sendo que 33% desse total está sob responsabilidade dos grupos JBS, Marfrig, BRF e Minerva”.
Outro dado apontado por Dallari foi o total gasto pela família brasileira no consumo de carne, que atinge R$ 41,4 bilhões ao ano. “No varejo, o preço da carne bovina e o do boi gordo cresceram” – informou o vice-presidente, que ressaltou como elementos essenciais ao funcionamento desta cadeia – além do consumidor final – fatores como tecnologia (incluindo manejo, genética, gestão e logística); sanidade, qualidade e padronização; responsabilidade coletiva; preocupação com o ciclo produtivo;parcerias e modelos de financiamento.
Destacando a posição do Brasil em primeiro lugar, como exportador de frango, respondendo por 38,6% do mercado global, e em terceira posição em exportação de carne bovina, respondendo por 21, 3% do total mundial, José Vicente Ferraz, diretor técnico da Agra/FNP, traçou um quadro de dificuldades e desafios para o setor agropecuário.
Citou como principais entraves o alto custo da matéria prima, a valorização do câmbio e o protecionismo, e apontou como obstáculos a superar, questões sanitárias (aftosa, gripe H1N1), ambientais(Código Florestal) e de infraestrutura (logística), além da necessidade de ajustes na economia interna (juros) e de qualificação de recursos humanos. Ferraz também falou sobre o cenário de instabilidade e incertezas no mercado mundial, chamando a atenção para o crescimento do comércio de carne na China e na Ásia.