A coccidiose é uma doença que ataca leitões ainda bem novos e é causada pela infecção entérica através de um protozoário intracelular chamado Isóspora suis. Quando afetados, os animais perdem parte da capacidade de absorção das células do intestino, levando a um atraso no desenvolvimento. Com isso, eles passam a demandar mais tempo para atingir o peso de abate, entre 2 e 10 dias a mais, o que provoca prejuízos para o produtor. Segundo Marcos Mores, analista da área de patologia da Embrapa Suínos e Aves, sendo uma infecção entérica, a coccidiose causa uma enterite, que afeta principalmente leitões em idade entre 5 e 25 dias de vida, ou seja, ainda na fase de aleitamento.
“O diagnóstico definitivo da infecção só é possível através de exames de laboratório. Porém, pode-se suspeitar da coccidiose quando o leitão apresenta diarreia nessa fase entre 5 e 25 dias, com pouca mortalidade, mas causando perda de desenvolvimento sem resposta aos antibióticos utilizados na tentativa do controle”, afirma o analista.
De acordo com ele, depois que os sinais clínicos já estão nos animais, o tratamento é bem difícil e não funciona adequadamente. Então, se trabalha muito com a prevenção, utilizando principalmente medidas de higiene e de manejo para tentar prevenir que a infecção ocorra.
Para a prevenção da doença, Mores diz que uma possibilidade é a utilização de produtos anti-coccidianos que são ministrado aos animais de forma preventiva em granjas onde o problema ocorre com frequência. No entanto, medidas de manejo também são importantes.
“Uma medida de manejo preventiva que funciona muito bem é o sistema de criação em lotes com idades semelhantes para que não ocorra a transmissão da infecção de animais mais velhos para animais mais jovens. Esse sistema é chamado todos dentro, todos fora, já que todos os animais entram ao mesmo tempo e saem ao mesmo tempo com a idade muito próxima”, explica.
Já em relação aos prejuízos para o produtor, o analista conta que a principal perda econômica que a coccidiose traz é com relação ao desenvolvimento dos animais. Eles podem perder de 2 a 10 dias do período necessário para chegar ao peso de abate. Isso porque a lesão causada pelo coccídio reduz a capacidade de absorção das células do intestino, levando a um atraso no desenvolvimento e, consequentemente, mais tempo para atingir o peso de abate.
“Na parte de controle, além do sistema de criação, as ações de higiene relacionadas à limpeza e desinfecção das instalações de maternidade são as principais medidas para a prevenção da transmissão dessa infecção. A utilização de desinfetantes a base de fenóis ou mesmo o calor, como a vassoura de fogo, são bastante recomendados”, orienta Mores.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Suínos e Aves através do número (49) 3441-0400.