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Grãos resistem à volatilidade

Commodities agrícolas continuam a "desafiar" as turbulências irradiadas dos Estados Unidos e da Europa e seguem valorizadas.

Grãos resistem à volatilidade

Ancoradas sobretudo nas incertezas climáticas que cercam o desenvolvimento das safras americanas, as cotações das principais commodities agrícolas continuam a “desafiar” as turbulências irradiadas dos Estados Unidos e da Europa e seguem valorizadas no mercado internacional.

Apesar da intensa volatilidade – normal em época de “weather market” nos EUA, mas amplificada pelas lufadas de otimismo e pessimismo derivadas das rachaduras financeiras do mundo desenvolvido -, milho, trigo e soja encerraram a semana passada em alta na bolsa de Chicago. E, no que depender dos fundamentos de oferta e demanda, os alicerces desses mercados permanecem sólidos.

É fato que, nos EUA, o maior exportador agrícola do planeta, a fase mais crítica para o desenvolvimento das lavouras de milho já ficou para trás, mesmo que ainda existam riscos. Mas plantações de trigo cultivado na primavera e de soja estão mais vulneráveis a intempéries como estiagens ou chuvas em excesso. E a bolsa de Chicago, por motivos óbvios, reverbera com brilho maior o cenário americano, por mais que seja a principal referência global para os preços desses produtos.

De acordo com cálculos do Valor Data baseados no comportamento dos contratos futuros de segunda posição de entrega negociados em Chicago, dos três grãos de maior liquidez o trigo foi o que registrou o maior saldo positivo na semana passada.

Os papéis do cereal com vencimento em dezembro subiram 22 centavos de dólar na sexta-feira em relação à véspera e encerraram a semana a US$ 7,6125 por bushel (medida equivalente a 27,2 quilos), em alta de 3,96% sobre a sexta-feira anterior. Com isso, passaram a acumular valorizações de 6,36% neste mês e de 6,58% nos últimos 12 meses.

No caso da soja, os ganhos de sexta-feira dos contratos para novembro foram de 7,50 centavos de dólar por bushel (27,2 quilos), para US$ 13,6850. Em agosto, a variação passou a ser positiva em 1,48%, e nos últimos 12 meses os ganhos aumentaram para 35,19%.

Do trio, o milho foi o que subiu menos na semana – 1,50%, com dezembro a US$ 7,2525 por bushel (25,2 quilos) na sexta-feira. Mas tanto neste mês quanto no último ano-móvel, é o que aparece com as maiores altas, de 8,45% e 68,96%, respectivamente.